Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Empresas são investigadas por fraudar Saneago

Dois grupos distintos atuavam da mesma forma. Mesmo espaço físico era utilizado para comportar empresas de familiares. Cinco conduções coercitivas foram cumpridas e três pessoas presas

Postado em: 08-02-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Dois grupos distintos atuavam da mesma forma. Mesmo espaço físico era utilizado para comportar empresas de familiares. Cinco conduções coercitivas foram cumpridas e três pessoas presas

Wilton Morais

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) realizou ontem a Operação Gota D’Água, que investigou fraude de concorrência, em licitações de materiais fornecidos à Saneamento de Goiás S/A (Saneago). De acordo com o promotor de justiça Walter Otsuka, dois grupos distintos fraudavam o processo de licitações participado com empresas em nome de familiares. Um dos grupos, constituídos por duas pessoas jurídicas era responsável por fornecer materiais hidráulicos. Já o segundo grupo, possui três CNPJ, e participava das licitações na oferta de materiais para serralheria e sinalização. 

“Os grupos simulavam a concorrência restringindo a participação de outras empresas. Como as licitações eram online, as empresas participavam provavelmente até de dentro da mesma sala”, explica Otsuka. A operação ainda segue em sigilo. Até ontem, o MP apurou cinco procedimentos licitatórios fraudados. Os itens oferecidos a Saneago são avaliados em R$ 2,5 milhões, mas não foi apurado se as contratações foram superfaturadas. 

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No momento do cumprimento das cinco conduções coercitivas e 11 mandados de busca e apreensão em residências e empresas ligadas à Saneago, em conjunto com a Policia Civil e Militar, três integrantes dos grupos foram encaminhados a delegacia. No momento, um dos integrantes foi preso por porte de arma, outro por munição e o terceiro por porte de drogas (ecstasy). Para o promotor, o homem não deve ficar preso, pois a quantidade era pequena e o mesmo pode alegar uso próprio. 

A operação realizada por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Centro de Inteligência (CI) do MP, também apreendeu documentos, computadores, tablet e dinheiro. 

Investigação

As investigações apontadas foram iniciadas em 2015, apesar disso, Otsuka reconhece que o tipo de crime acontece no estado desde 2010. No processo, a Saneago colaborou com as investigações. Porém, não é descartada a hipótese de um servidor público ter auxiliado e facilitado as fraudes. “Uma comissão deveria analisar os nomes dos contratantes. A mesma pessoa que era sócia de uma empresa era dona da outra”, explica o promotor ao relatar que um dos grupos era composto por pai e filha. 

Inicialmente a promotoria do MP solicitou a prisão dos proprietários das empresas, porém a justiça determinou apenas a condução coercitiva. Os mandados foram expedidos pela 9ª Vara Criminal de Goiânia e foram mobilizados 12 promotores de Justiça e cerca de 40 policiais. Os participantes da fraude poderão responder pelo artigo 90 da lei de licitações e sofrerem pena de dois a quatro anos de detenção mais multa. Ainda ontem, o empresário Jalles Fontoura do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) tomou posse como novo presidente da Saneago. 

 

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