Marconi cobra seriedade e compromisso dos servidores

Venceslau Pimentel 

Ao fazer ontem um balanço das medidas de austeridades e dos resultados obtidos com a economia de recursos do Estado, o governador Marconi Perillo (PSDB) cobrou seriedade e compromisso dos que trabalham no serviço público estadual, durante discurso na solenidade em que anunciou a ampliação do Programa Passe Livre Estadual para Anápolis e Rio Verde.

O corte de 1.400 cargos comissionados, segundo ele, foi um das saídas encontradas para economizar dinheiro para investir em saúde, educação, segurança, moradia em políticas públicas de apoio à juventude e às pessoas mais vulneráveis. Mais que isso, assegurou que foi também uma de dar um choque na acomodação na maquina estatal.

Para cada servidor comissionado que ele demitir, que não esteja trabalhando ou levando a sério o seu trabalho, o governador frisou que é dinheiro que sobra para investir mais em ações e programas como o Passe Livre Estudantil, Bolsa Universitária. “Esse é um dever intelectual e moral nosso”, considerou.

“Tem muita gente que acha que emprego público é algo que deve ser levado na manha, como não se tivesse responsabilidade”, disse, fazendo um pedido que recebeu aplausos da plateia que lotou o auditório Mauro Borges do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, formada majoritariamente por estudantes e agentes políticos. “Eu peço a todos os que acompanham o serviço público que denunciem à nossa Ouvidoria aqueles que têm cargos comissionados e não trabalham, não levam a sério”.

Marconi revelou que, nos últimos dias, depois do decreto de exoneração dos que ocupavam cargos em comissão no Estado, o que mais tem recebido é pedido de emprego. E fez uma afirmação: “É desonesto empregar alguém ou dar um cargo comissionado na Assembleia Legislativa, na Câmara ou em qualquer lugar do governo do estado, e essa pessoa não ter qualidade ou não ter compromisso com o que esta fazendo”.

Ao informar que trabalha, no mínimo, 16 horas ou mesmo até 18 horas todos os dias, Marconi indagou: “Por que alguns acham que têm de ter cargos e vivem enchendo o saco da gente atrás de cargos, mas não trabalham como devem trabalhar?” Da parte dele, disse que nada adianta lhe pedir emprego se a pessoa não venha a desempenhar a sua função a bom termo, porque disser considerar como desonestidade desempenhar uma função publica e não a levar a sério, ou seja, “não vestir a camisa” a favor das pessoas.  

“Podem falar o que quiser de mim, mas eu vou continuar trabalhando diuturnamente enquanto eu for governador, para que o dinheiro público seja bem usado nas políticas publicas, em favor de pessoas que precisam do poder publico estadual”. Mais uma vez recebeu aplausos.

No final de seu discurso, Marconi, citando o Programa Passe Livre Estudantil, fez questão de enfatizar que estava feliz, por entender que governar é fazer escolhas, e que governa com seriedade e com justiça é fazer as melhores escolhas, principalmente aquelas que beneficiam os que mais precisam.

Austeridade

O governador voltou a afirmar que, em decorrência da queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 8,5%, nos últimos dois anos, as receitas dos estados caíram bruscamente, daí a necessidade do programa de austeridade adotado pelo governo. Tal medida foi necessária, segundo ele, para conter despesas e sobrar dinheiro para benefícios como, por exemplo, o Passe Livre, como forma de possibilitar que a juventude tenha acesso a escolas, que tenha condições de mobilidade e acessibilidade.

A contenção de gastos também fez com que Goiás fosse o único Estado a ter um maquina enxuta, com apenas dez secretarias. De outra parte, ainda durante o seu discurso, Marconi frisou que o governo não pode trabalhar para apenas os 150 mil servidores. “Tem de trabalhar e ter os olhos voltados para 6,7 milhões de goianos vivendo em todas as regiões do nosso estado.

Tucano pede urgência em votação do projeto 

Na solenidade, Marconi assinou o projeto de lei a ser enviado à Assembleia Legislativa, que estende o benefício do passe livre a estudantes de Anápolis e Rio Verde. Ao mesmo tempo, pediu ao seu líder na Casa, deputado Francisco Oliveira (PSDB), que estava presente ao ato, que se empenhasse, juntamente com os demais parlamentares, para que a matéria tenha uma rápida tramitação.

O governador estendeu o pedido aos demais deputados que estavam no auditório. São elas: Mané de Oliveira (PSDB), Simeyzon Silveira (PSC), Henrique Arantes (PTB), Lissauer Vieira (PSB), Carlos Antônio (PSDB), Lucas Cali (PSL), Karlos Cabral (PTB), Charles Bento (PRTB), Marlúcio Pereira (PSB) e Lêda Borges (PSDB).

O secretário de Governo, Tayrone Di Martino, informou que em Anápolis, 15 mil estudantes serão beneficiados pelo Passe Livre Estudantil  e 5 mil em Rio Verde. Disse que a meta do governo é interiorizar o programa. As próximas cidades a serem contempladas serão Jataí e Catalão e o programa também será lançado em breve no Entorno de Brasília.

Tayrone explicou ainda os estudantes já contam com desconto de 50% na tarifa e o Estado se encarrega dos outros 50%, com o compromisso de universalidade do benefício. Em Anápolis e Rio Verde, o valor do subsídio garantido pelo governo estadual deverá somar R$ 747 mil mensais. Segundo o secretário, para ter acesso ao programa, o município precisa ter transporte coletivo com uso de bilhetes eletrônicos. Esta semana, adiantou, agendou reunião na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em Brasília,  na perspectiva de ampliar o Passe Livre Estudantil nos municípios do Entorno de Brasília.