Ferrovia Goiânia-Brasília poderá sair do papel em 2017, diz Marconi

“Se tudo der certo neste ano é possível, eu não estou prometendo, mas é possível que a gente possa ter o início desse grandiosíssimo projeto

Postado em: 20-02-2017 às 09h45
Por: Redação
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“Se tudo der certo neste ano é possível, eu não estou prometendo, mas é possível que a gente possa ter o início desse grandiosíssimo projeto

“Imagine a gente entrar num trem aqui na Rodoviária de
Goiânia e chegar no Centro de Brasília em 50 minutos a uma velocidade de 260
km/hora”. O projeto do trem ligando Goiânia a Brasília, idealizado e chamado de
“sonho” pelo governador Marconi Perillo, pode estar perto de sair do papel. Foi
o que ele anunciou durante mais uma edição do Governador Responde, o bate-papo
com internautas nesta sexta-feira, dia 17. Após uma reunião realizada nesta
semana com o diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT), Jorge Bastos, em Brasília, Marconi ficou otimista sobre o assunto.

Na ocasião, ele teve acesso ao Estudo de Viabilidade Técnica
Econômica e Ambiental (EVTEA) do trem de passageiros no corredor
Brasília/Anápolis/Goiânia, realizado pelo consórcio formado pelas empresas
EGIS, LOGIT, JGP e Machado Meyer, concluído há dez dias. O processo demorou
cinco anos devido a adequações técnicas por conta do porte da importante obra
de mobilidade urbana. “Eu comecei a discutir esse projeto em 2001, no meu
primeiro mandato. Depois eu saí do governo, esse projeto esfriou. Na minha
volta, em 2011, nós procuramos o governo federal, a Sudeco, ANTT e o Ministério
dos Transportes e, aí, começamos de novo a colocar esse projeto de pé”, disse.

O desenvolvimento desse planejamento foi acompanhado pelo
ex-presidente da ANTT e da Empresa Brasileira de Logística (EBE), Bernardo
Figueiredo, um dos principais executivos responsáveis e designado pelo
governador Marconi Perillo. O custo do projeto é estimado em R$ 9 bilhões. O
plano de investimentos apresentado sugere a realização de uma Parceria
Público-Privada para a construção da obra, com destaque para o baixo
investimento público a ser executado pelos governos federal, de Goiás e do
Distrito Federal.

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“Nesta semana eu vi a última proposta de modelagem de
engenharia e financeira e fiquei muito satisfeito porque o desembolso dos
estados é mínimo e isso faz com que o projeto se viabilize. Vai depender agora
apenas de termos empresas, consórcios nacionais ou estrangeiros interessados em
entrar na licitação e realizar a obra”, avaliou.

O desembolso total do poder público, de acordo com o
documento denominado Tomada de Subsídios, não ultrapassará R$ 2,9 bilhões,
valor que será dividido entre o Estado de Goiás, o governo do Distrito Federal
e a União. Os demais investimentos necessários serão feitos pela empresa que
vencer a licitação para realizar o projeto executivo e a obra.

Já existem investidores árabes e chineses interessados em
apoiar a iniciativa, adiantou Marconi. O primeiro aporte anual do Estado de
Goiás e dos governos do DF e federal seria de R$ 6 milhões e o montante seria
reduzido gradativamente ao longo de 30 anos. O último aporte seria de cerca de
R$ 130 milhões por parte das empresas vencedoras da concorrência pública.

“Se tudo der certo neste ano, é possível, eu não estou
prometendo, mas é possível que a gente possa ter o início desse grandiosíssimo
projeto”, vislumbra. Ele destacou o quanto é importante perseverar e ter
determinação para realizar um sonho, referindo-se aos esforços no sentido de
dar continuidade ao projeto que irá “transformar completamente a realidade da
região”. Além do trem expresso, está previsto também um trem de transporte de
passageiros que faça paradas ao longo do percurso entre Goiânia e Brasília nas
cidades de Abadiânia, Alexânia e Samambaia. “É algo que eu não vou inaugurar
como governador, mas estamos plantando todas as sementes e definindo todo o
alicerce para que um dia, daqui cinco ou seis anos, os goianos possam estar
mais próximos dos brasilienses e vice-versa”, comentou.

Mobilidade urbana

Juntas, as Regiões Metropolitanas de Goiânia e Brasília têm
6 milhões de consumidores. Diante desse cenário, o trem poderá potencializar o
desenvolvimento econômico regional. “É importante também ressaltar o que vai
acontecer com esse polo entre Goiânia e Brasília, o que vamos ter de parques
tecnológicos, conjuntos imobiliários, escritórios… Isso vai mudar completamente
a realidade dessa região e o mais importante vai ser o primeiro projeto de
mobilidade urbana através de trem de passageiros que vai ligar uma capital a
outra em velocidade alta. O trem São Paulo-Rio dificilmente vai sair do papel
nos próximos anos, mas esse, como está sendo tocado, ele pode sair rápido e o
melhor de tudo com pouquíssimo dinheiro público”, finalizou.

O projeto será apresentado pelo governador aos Fundos
soberanos durante missão comercial nos Emirados Árabes e Arábia Saudita,
prevista para iniciar no próximo dia 24.

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