José Eliton empossa secretário de Segurança Pública

Ricardo Balestreri prometeu diálogo com todos os segmentos e uma governança horizontal

Postado em: 02-03-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Ricardo Balestreri prometeu diálogo com todos os segmentos e uma governança horizontal

Renan Castro

O governador em exercício, José Eliton, empossou o novo titular da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP), Ricardo Brisolla Balestreri, ontem (1º), em solenidade no teatro do Instituto Tecnológico de Goiás (Itego) em Artes Basileu França, no Setor Leste Universitário, em Goiânia. Balestreri assume a pasta em meio a maior crise penitenciária que assola o Brasil, ainda que o governo do estado garanta que os impactos em Goiás sejam mínimos. 

Balestreri, em entrevista coletiva, afirmou que “a primeira coisa a ser feita é sentar com todos os segmentos e realizar uma governança horizontal”. O novo secretário destacou que segurança pública é um problema complexo e não é possível governar verticalmente e de forma autoritária. “A partir de todas as audições participativas vamos construir as grandes alternativas de governo. Na medida em que a gente ouve a criatividade de todos os setores, a gente ouve também as soluções para o governo”, ressaltou.

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Como o momento no País é de crise no sistema prisional, Balestreri não escapou dos questionamentos sobre as medidas a serem tomadas em Goiás para que o estado não passe pelos mesmos problemas ocorridos em estados como Amazonas, Roraima, Rio Grande do Norte e Espírito Santo. “Uma das mediadas é construir modelo de polícia mais próxima da população por que isso reduz crime e violência na ordem de 40% a 70%. Outras alternativas são relacionadas a investimentos em equipamentos, fazer um levantamento de como é que está isso e o que precisa melhorar, as fontes de recursos, as possibilidades de aumentar parcerias com a comunidade e de intensificar as redes de presença de câmeras não apenas do Estado, mas também interligadas com as originadas da iniciativa privada”, explica.

Ricardo Balestreri destacou também que é importante valorizar “o saber dos policiais, bombeiros, peritos e agentes penitenciários”. De acordo com ele, o pior problema do Brasil na área da segurança e justiça são os presídios superlotados que foram herdados de décadas. “Então, precisamos analisar imediatamente como ser mais rigorosos com aqueles presos que representam perigo para a sociedade e que são formadores de redes criminais dentro dos presídios. E encontrar maneiras de recuperação da grande massa prisional que tem como ser recuperada e que tem alternativas de trabalho e até de renda para suas famílias e que tenham alternativas de estudos”, ponderou. “Se oferecermos para os presos essas alternativas, tenho certeza que eles irão aceitar. Se oferecermos isso para os líderes do crime, aqueles que têm caráter psicopata, eu tenho certeza que eles não vão aceitar por que o negócio deles é o crime. Temos que fazer, na medida do possível, a separação dos presos por grau de periculosidade e isso já é da lei, mas o Brasil não consegue fazer isso”, completou.

Segundo Balestreri, serão encontradas alternativas para liberar os presos que deveriam estar soltos. “E essa não é a solução só para Goiás, mas para o Brasil inteiro. Presídios superlotados só servem a uma categoria: a de presos psicopatas”, acredita o secretário.

Questionado sobre a transferência para Anápolis dos presos envolvidos na rebelião ocorrida no Presídio Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia, no último dia 23, Balestreri ressaltou que irá conversar com o Coronel Edson Costa, que comandava a pasta de forma interina quando ocorreu o conflito que deixou cinco mortos. “Eu só assumo efetivamente no dia 9 ou 10 de março por que tenho que voltar para onde vivo e encaminhar uma série de questões profissionais. Estou fazendo uma aposta grande em Goiás. Essa situação será analisada com as autoridades que administraram para vermos quais são as alternativas”, afirma Baslestreri que confessou ainda não ter conversado com o governo sobre investimentos do estado no sistema prisional.

Em seu discurso, José Eliton ponderou que Goiás conseguiu manter a máquina pública funcionando mesmo com o déficit de R$ 150 bilhões nas contas do governo federal. “Estamos a descortinar a segunda parte desse mandato. Quando o povo observa o noticiário sobre outros estados começa a perceber uma realidade diferente de Goiás. Não menos sofrida. Mas o estado consegue arcar com suas responsabilidades”, destacou.

Balestreri foi secretário nacional de Segurança Pública e tem longa carreira dedicada à formação e qualificação dos profissionais da área. É reconhecido por defender, de forma veemente, a valorização dos policiais. “É preciso cuidar dos cuidadores da população, que arriscam a vida por nós. Mais direitos humanos para os nossos policiais”, disse.

Outras posses

Também tomaram posse Sandes Junior, na Secretaria Extraordinária e Jardel Sebba, na chefia do Gabinete de Gestão da Governadoria. E ainda Denício Trindade, que presidirá a Ceasa no lugar de Edivaldo Cardoso que passará a comandar a Agência Brasil Central (ABC). Humberto Tannús (que estava na ABC) se torna vice-presidente da Celg GT. Antônio Faleiros será presidente da Iquego.

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