Marconi tenta sair do inferno político atacando Ronaldo Caiado

Ex-governador posta críticas e envia e-mails de divulgação, na tentativa de incomodar um governador que simplesmente ignora a sua existência | Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Postado em: 26-04-2021 às 08h50
Por: Augusto Sobrinho
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Ex-governador posta críticas e envia e-mails de divulgação, na tentativa de incomodar um governador que simplesmente ignora a sua existência | Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O ex-governador Marconi Perillo só pensa em voltar a influenciar a política estadual, mas escolheu o caminho mais equivocado possível: atirar, diariamente, contra o governador Ronaldo Caiado, através de postagens nas redes sociais e distribuição de centenas de e-mails com os links das suas opiniões sobre as ações do governo do Estado.

Será que alguém lê? É pura picuinha, leitoras e leitores. Marconi governou Goiás por 16 anos, período em que chegou a ser considerado como um verdadeiro semideus, agindo de forma onipotente sobre tudo e sobre todos. Caiado, inclusive, sentiu os efeitos desse poder absoluto, quando o seu partido, na época o PFL antes de se transformar em DEM, foi esvaziado pela atração em massa dos seus prefeitos para o PSDB.

De alguém que foi tão longe na política, o que se espera é que tenha adquirido preocupação com o coletivo e com as perspectivas que se abrem para o futuro do Estado. Marconi, portanto, deveria discutir propostas para as goianas e os goianos, não se esmerar em ficar à caça de minudências para disparar críticas pontuais que, no final das contas, são ignoradas e nem sequer arranham a imagem de Caiado.

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O governador, em termos de gestão, vive uma fase de ouro. Conseguiu uma reorganização financeira inédita, estabilizando o fluxo de caixa da administração, pagando as dívidas atrasadas, reequilibrando receitas e despesas e mantendo o funcionalismo com a folha rigorosamente em dia, quitada antes do final do mês trabalhado – algo que nunca se viu antes. Ao mesmo tempo, mostrou energia e firmeza ao conduzir a reação à pandemia do novo coronavírus, um momento difícil que ainda longe do fim e continuamente exigindo decisões corajosas e inovadoras.

Caiado está vencendo esse desafio. Não é opinião desse ou daquele, porém conclusão produzida por pesquisas de institutos diversos, apontando uma aprovação média de 60% para o gerenciamento que ele faz da crise da Covid-19 – índice que, em termos de opinião pública, beira a unanimidade, ou seja, mostra que somente opositores radicais, poucos, recusam-se a dar nota alta para a atuação do governador, o que é insignificante em termos estatísticos.

É contra isso tudo que Marconi tenta se levantar, em meio ao esforço desesperado para sobreviver aos quase 50 processos cíveis e criminais a que responde por improbidade administrativa, caixa 2 e recebimento de propinas. Um deles já levou à sua prisão por 24 horas em 2018, logo após a surra nas urnas na campanha para o Senado, quando ficou em 5º lugar. Qualquer outro, subindo ao 2º Grau e resultando em condenação, implicará na inelegibilidade, com base da Lei da Ficha Limpa – e aí adeus à candidatura redentora a deputado federal no ano que vem. Embora provavelmente acredite que é antagonista de Caiado, Marconi está enganado e não é. A queda que sofreu o jogou no inferno da política em Goiás. Por isso, é ignorado como se não existisse, com uma exceção: convenientemente, ele é espécie de espantalho balançado na hora de se ressaltar as virtudes do combate à corrupção e da racionalização administrativa e financeira da máquina estadual, talvez a maior obra do mandato atual. Quando quer ressaltar seus acertos e a limpeza ética que promoveu em Goiás, o governador refere-se a quem como parâmetro negativo? A Marconi. Mas, de quem mandou no Estado por tanto tempo, caberia esperar mais. É esse o desafio que o tucano-mor ainda não entendeu. Deveria responder.

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