Pessoas ligadas a políticos são alvo de nova fase da Lava Jato

Conforme a Polícia Federal, pela primeira vez, a investigação usa informações "dos acordos de colaboração premiada firmados com executivos e ex-executivos da Odebrecht"

Postado em: 21-03-2017 às 15h30
Por: Toni Nascimento
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Conforme a Polícia Federal, pela primeira vez, a investigação usa informações "dos acordos de colaboração premiada firmados com executivos e ex-executivos da Odebrecht"

Nova fase da Operação Lava Jato, autorizada pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), foi deflagrada hoje (21) pela Polícia Federal (PF).
Estão sendo cumpridos 14 mandados em 13 endereços nas cidades de Brasília,
Maceió, Recife, Rio de Janeiro e Salvador. Conforme a Polícia Federal, pela
primeira vez, a investigação usa informações “dos acordos de colaboração
premiada firmados com executivos e ex-executivos da Odebrecht”. Em janeiro
deste ano, os acordos foram homologados pelo Supremo.

Os endereços – em Pernambuco e na Bahia – são de pessoas
ligadas a políticos, entre eles, o presidente do Senado, Eunício Oliveira
(PMDB-CE), e o líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE).

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Segundo notas da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da
República (PGR),  o objetivo da nova
fase, chamada Operação Satélites, é investigar indícios de crimes de corrupção
ativa e passiva e lavagem de dinheiro. A PGR informou que “não é possível
divulgar detalhes sobre os procedimentos porque os termos de depoimentos [das
delações] estão em segredo de Justiça”.

“Trata-se da 7ª fase da Operação Lava Jato que apura o
envolvimento de pessoas com prerrogativa de foro junto ao STF. Outras três
foram realizadas em 2015, duas em 2016 e uma em fevereiro deste ano”,
informam a PF e a PGR.

Políticos

Em comunicado sobre a nova fase de investigação, Eunício
Oliveira informou que, em 2014, durante o processo eleitoral, autorizou a
solicitação de doações, na forma da lei, para a sua campanha ao governo do
Ceará. Segundo Eunício, o pedido de abertura de inquéritos no STF, destinados a
apurar versões de delatores, “cujo conteúdo desconhece, é o caminho natural do
rito processual”.

O senador Humberto Costa informou, também por meio de nota,
que a PF já solicitou o arquivamento do inquérito aberto no STF por não
encontrar qualquer evidência de irregularidade ao longo de dois anos de
investigação. O parlamentar garantiu ainda contribuir com as autoridades em
todos os esforços necessários à elucidação dos fatos.

“A ação de hoje vai corroborar a apuração realizada até
agora, que aponta para o teor infundado da acusação e da inexistência de
qualquer elemento que desabone a sua vida pública”, destaca o comunicado
divulgado por Costa.

(Agência Brasil) 

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