Marconi propõe discutir reforma da Previdência

Em proposta aprovada pelo Fórum Brasil Central, Marconi defende reunião de todos os governadores para tratar da reforma com o presidente Michel Temer

Postado em: 08-04-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Em proposta aprovada pelo Fórum Brasil Central, Marconi defende reunião de todos os governadores para tratar da reforma com o presidente Michel Temer

Inserida na pauta da 2.ª Reunião do ano do Fórum de Governadores do Brasil Central que ocorreu em Cuiabá (MT) na quinta-feira (6) e ontem (07) como tema de destaque do encontro, a Reforma da Previdência dominou a coletiva de imprensa dos governadores. Marconi Perillo, governador de Goiás e presidente do consórcio de governadores, Pedro Taques (MT), Marcelo Miranda (TO), Rodrigo Rollemberg (DF), Confúcio Moura (RO), Rose Modesto, vice-governador (MS) e Carlos Brandão, vice-governador (MA) dedicaram os quase 30 minutos da entrevista para defender uma reunião com o presidente Michel Temer para discutir a reforma previdenciária no Brasil e que eles defendem.

Marconi Perillo disse que a situação fiscal dos estados é preocupante. Em Goiás, segundo ele, o principal problema é a previdência. “Nosso déficit previdenciário este ano é de R$ 1,96 bilhão, com a previsão de um déficit financeiro de R$ 1 bilhão. Ou seja, se nós não tivéssemos esse déficit previdenciário, o Estado teria R$ 1 bilhão para investir”, pontuou.

Para exemplificar a distorção existente no sistema previdenciário goiano, lembrou que hoje sete milhões de goianos estão pagando aposentadorias e salários para 106 mil pessoas. “Isso que acontece em Goiás acontece em todo o Brasil. O déficit previdenciário no Brasil cresce em proporção geométrica e não mais em proporção aritmética. Já acendeu a luz vermelha”, alertou.

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Na concepção de Marconi, o Brasil não está discutindo essa questão da previdência de forma racional. “Eu vejo uma discussão muito emocional. O que está em jogo é o pagamento das aposentadorias. Daqui a pouco os governos não vão ter dinheiro para pagar as aposentadorias. O dever cívico nosso é o de enfrentar essa discussão como brasileiros”, salientou.

Ele lembrou ter lançado o programa Goiás na Frente, que ficará responsável pelo investimento de R$ 9 bilhões em várias frentes de serviços no Estado. Disse que, graças aos ajustes feitos no passado, hoje o Estado tem condições de investir. “Mas – ressaltou – não temos dinheiro para custeio. Não temos um centavo sequer para aumentar a folha”. Por esta razão, o governador alertou que ou os estados mudam as regras em relação a previdência ou não haverá dinheiro para que eles se mantenham.

O presidente da Adial Brasil, José Alves Filho, que participou do Fórum de Governadores como convidado, foi lembrado pelo governador ao defender a diminuição das taxas de juros. “A estimativa é do empresário José Alves Filho. Se nós reduzirmos a taxa Selic a 3%, só Goiás economizará R$ 2 bilhões”, observou.

“A grande luta – acrescentou Marconi – é fazermos as reformas para que o Brasil inicie um círculo virtuoso em condições de depender menos do capital especulativo internacional que garante os déficits anuais do país e com isso ter condições de reduzir as taxas de juros para a retomada do crescimento. Precisamos de juros menores para os estados e créditos mais baratos”.

Reação

Ao ser indagado se não temia uma reação de cunho político por parte dos servidores públicos contrários a reforma, Marconi disse que “quem não tiver coragem de enfrentar esse debate sobre a reforma da previdência e de outras reformas necessárias, é que vai perder a eleição. Eu prefiro perder eleição do que deixar de lado uma questão tão séria como esta”.

Determinado a levar a discussão sobre a necessidade de o Estado promover uma profunda reforma no seu sistema previdenciário a todos os setores da sociedade e, principalmente no meio da classe política e dos servidores, o governador disse estar disposto a ir para a Assembleia Legislativa para defender as medidas que fazem parte do projeto apresentado pelo governo. “Nós somos passageiros. Os funcionários vão permanecer. E se eles não tiverem consciência de que o Brasil está se transformando em uma Grécia, daqui a pouco eles é que ficarão sem seus salários. O meu dever como governador é fazer o necessário para corrigir as distorções e os equívocos. Se preciso vou para a Assembleia Legislativa debater isso de cabeça erguida”, acrescentou.

Por fim, Marconi lembrou que se nada for feito agora, “o futuro será sombrio. Esse não é um problema que vai arrebentar na minha mão. Mas, se nada for feito, vai acabar estourando na mão de outro governador”.

Rodrigo Rollemberg, governador do Distrito Federal, também considera que a reforma da Previdência é de absoluta necessidade. “Se não o fizermos agora, no futuro as pessoas não terão a possibilidade de receber as suas aposentadorias”, considerou. 

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