Bate-papo: Marconi e Alckmin querem reforma que seja isonômica

Os dois governadores tucanos avalizam reforma da Previdência como forma corrigir distorções entre trabalhadores

Postado em: 10-04-2017 às 07h00
Por: Sheyla Sousa
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Os dois governadores tucanos avalizam reforma da Previdência como forma corrigir distorções entre trabalhadores

Venceslau Pimentel

Em bate-papo conjunto pelas redes sociais, os governadores Marconi Perillo, de Goiás, e Geraldo Alckmin, de São Paulo, ambos do PSDB, defenderam uma reforma da Previdência de forma isonômica, que atenda os trabalhadores do serviço público e da iniciativa privada da mesma forma. 

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Em justificativa à sua defesa, Marconi diz que a expectativa de vida do brasileiro hoje é muito maior, e que é preciso corrigir essas falhas, porque o Estado não tem condições de pagar salário de R$ 30 mil, R$ 40 mil a quem se aposentar com 48 anos no serviço público. “Hoje temos muito mais pessoas na inatividade recebendo altos salários do que até mesmo trabalhando. É injusto com o pobre”, afirma.

“O que se pretende fazer é algo que seja isonômico, que deixe de ser assimétrico entre as pessoas que trabalham como cobrador de ônibus e outras que trabalham no serviço público e ganham muito mais”, disse.

Por sua vez, Alckmin disse que sempre defendeu o regime geral de previdência para todos: para o setor privado e para o setor público federal, estadual e municipal com as mesmas regras. 

A reforma da Previdência, segundo Marconi, deve ser discutida suprapartidariamente, sem radicalismo ideológico e político. “Isso precisa ser discutido por todos porque afeta a todos. Esse tema não pode ser tratado com populismo, com base apenas no corporativismo de algumas categorias. Precisa ser tratado assim: ou a gente faz isso, ou muitos estados brasileiros vão virar a Grécia. Vão quebrar, vão falir. E aí os principais prejudicados vão ser os próprios funcionários”, prevê. 

Questionado sobre a relação com os outros Estados, Marconi agradeceu a Alckmin pelo esforço conjunto para retirada da ação que pedia o fim dos incentivos fiscais em Goiás. “O senhor foi sensato e correto, e estamos juntos agora na busca de uma solução definitiva”, pontuou, lembrando que a medida, se fosse aprovada, causaria grande perda de empregos em Goiás.

Ainda durante o bate papo, os dois governadores também defenderam a redução da taxa básica de juros da economia (Selic) e a formulação de uma política regional de desenvolvimento para que o País volte a crescer de forma sustentável e a gerar empregos. O assunto foi levantado a partir de perguntas dos internautas, durante 30 minutos de transmissão.

Os dois tucanos ainda foram questionados sobre o esforço fiscal nos estados, relação com os outros governadores, agronegócio, educação, e Pacto Federativo. Alckmin destacou o ajuste fiscal feito por Marconi, e classificou as medidas como exemplares. “Nós tivemos uma queda de arrecadação muito grande nesses últimos três anos. Foi a maior crise talvez dos últimos cem anos do Brasil, e nós reduzimos os gastos. Então, São Paulo não tem déficit, tem até um superávit primário”, asseguro o governador paulista.

Para que a economia brasileira volte a crescer, Alckmin defende a criação de políticas públicas que incentivem o empreendedorismo para que a economia volte a crescer. “Se a gente for ouvir o jovem hoje ele quer ser empreendedor. Então o problema dele é que o estado cobra impostos demais, burocratiza, cria problemas para o empreendedor. Nós precisamos no Brasil fazer reformas e tomar medidas para estimular a atividade empreendedora, para o Brasil voltar a crescer e ter emprego e renda”, frisou. 

Tucanos dizem que foco é o empreendedorismo 

O problema futuro do Brasil, na avaliação do governador paulista, será ser a falta de emprego, conforme Marconi também vem afirmando em entrevistas à imprensa. “Então, a gente tem que ter foco na atividade empreendedora. Estimular as pessoas a criarem emprego e montarem seus negócios. Esse é o grande foco. O Brasil é um país vocacionado para crescer”, diz Marconi, para quem a situação econômica em que o Brasil se encontra é resultado de políticas econômicas desastradas e completamente equivocadas, que levaram o País a amargar, nos últimos dois anos e meio, a pior crise da história do País. 

“Durante dois anos nós tivemos que ter um controle rigoroso em relação às despesas, porque senão poderíamos ter entrado em colapso como outros estados entraram, e certamente quem teria problemas seriam os funcionários e os aposentados, que ficariam sem receber seus salários”, frisou Marconi, sobre as medidas de austeridades.

Se tais medidas não tivessem sido tomadas, segundo ele, seriam prejudicas quem depende do serviço público, de educação, de segurança. Ele sustentou que, de uma só vez, o seu governo reduziu R$ 3,5 bilhões do orçamento da máquina administrativa por meio de projeto enviado para a Assembleia Legislativa, em 2016.

Agora, os deputados discutem a PEC do teto dos gastos em Goiás, o que ocorre também em São Paulo também. “Isso tudo foi feito com um objetivo só: acabar com o déficit e ter dinheiro para investir onde é necessário investir. E é nos programas sociais, educação, saúde, infraestrutura, oferecendo serviço de qualidade, como ocorre em São Paulo com o Poupa-Tempo, e em Goiás com o Vapt-Vupt, que foi implantado em 1999”, frisou. 

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