Temer volta a defender reforma trabalhista

Peemedebista salientou a importância da iniciativa em mensagem divulgada nas redes sociais

Postado em: 02-05-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Peemedebista salientou a importância da iniciativa em mensagem divulgada nas redes sociais

MARDEM COSTA JR.

“Um momento histórico”. Assim o presidente Michel Temer (PMDB) definiu o Dia do Trabalhador deste ano em pronunciamento divulgado ontem (1º) por meio das redes sociais. De acordo com o peemedebista, a aprovação da reforma trabalhista, aprovada na semana passada na Câmara dos Deputados marca uma nova fase.

De acordo com Temer, a modernização da legislação trabalhista propicia a rápida criação de empregos, mas ao mesmo tempo garante benefícios não apenas para os empregados diretos, mas também para os temporários e terceirizados. “Todos os direitos trabalhistas estão assegurados”, assegurou.

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O presidente lembrou que recebeu um país “com muitos milhares de desempregados” ao tomar posse, em agosto do ano passado, após o afastamento de Dilma Rousseff (PT), logo que o Senado Federal admitiu o processo de impeachment oriundo da Câmara dos Deputados.

Michel Temer não deixou de admitir o alto índice de desemprego – o país acumula 14,2 milhões de desempregados ou 13,7% da população economicamente ativa – mas afirmou ainda que seu governo está fazendo esforço mudar esse quadro e que a aprovação da reforma vai acelerar o surgimento de novos postos de trabalho, especialmente aos jovens. 

Ao citar as vantagens da reforma trabalhista, Temer ressaltou que a nova legislação passa a permitir a negociação de acordos coletivos entre empregados e patrões. Alguns pontos do acordo poderão se sobrepor à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). “Diálogo é a palavra de ordem”, asseverou.

Além de mais empregos, segundo o peemedebista, haverá ainda mais harmonia na relação de trabalho e, consequentemente, menos ações na Justiça do Trabalho. O presidente lembrou ainda que a reforma trabalhista prevê punição para a empresa que promover discriminação salarial relacionada à sexo, etnia, nacionalidade ou idade. 

Economia

O mandatário também não deixou de pontuar as ações da equipe econômica, que segundo ele, foram fundamentais para resgatar a confiança do Brasil. Temer lembrou que recebeu um país “com muitos milhares de desempregados” ao tomar posse, em agosto do ano passado, após o afastamento de Dilma Rousseff (PT).

Temer destacou que a inflação caiu de 10,7% ao ano para 4,5%, dentro da meta inflacionária estipulada pelo Banco Central. A inflação estava fora da meta desde 2012 e chegou aos dois dígitos em 2015, ápice da crise econômica brasileira.

“É com trabalho que vamos vencer nossas dificuldades. Os resultados já começam a aparecer”, finalizou. 

A reforma trabalhista, após ter sido aprovada na Câmara dos Deputados na semana passada, aguarda tramitação no Senado Federal. O Palácio do Planalto vai tentar aprovar o regime de urgência no plenário para acelerar a tramitação da matéria, evitando a discussão nas comissões temáticas. 

Popularidade

Michel Temer continua amargando baixos índices de popularidade. Segundo pesquisa do Datafolha divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo no domingo (30), o atual governo é aprovado por 9% dos entrevistados, que o consideram ótimo ou boma. O presidente tem 61% de avaliação ruim ou péssima e 28% de avaliação regular.

A impopularidade do peemedebista está no patamar de Dilma, sua antecessora, às vésperas da abertura do processo de impeachment que acabou por cassá-la em 2016. A avaliação de Temer também se equipara à taxa de Fernando Collor de Mello antes de ser impedido, em setembro de 1992, embora a reprovação de Collor fosse maior (68%).

A expectativa de Temer e do Palácio do Planalto é que a melhora da economia estanque a baixa aprovação do mandatário. No entanto, a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária poderá limitar as possíveis vantagens econômicas. Há ainda o receio em torno das delações das empreiteiras Odebrecht e OAS, envolvendo políticos de vários partidos. 

Centrais sindicais não descartam nova greve 

O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), presidente da Força Sindical, disse ontem (1º) que representantes das centrais sindicais irão hoje ao Senado Federal para negociação possíveis mudanças nas reformas trabalhista e da Previdência Social. A declaração ocorreu no ato da central sindical pelo 1º de Maio, em comemoração ao Dia do Trabalho, na Praça Campo de Bagatelle, zona norte da capital paulista, onde uma multidão se reuniu em frente ao palco.

“Não aceitamos a reforma trabalhista como está. E vamos para a Câmara. E vamos para o governo. Se o governo Temer quiser negociar a partir de amanhã, nós estamos dispostos a negociar. Agora, se o governo não abrir negociação, se o governo não discutir com centrais, se o governo não mudar essa proposta, nós vamos parar o Brasil novamente”, disse Paulinho da Força, como é mais conhecido, referindo-se à greve geral da última sexta-feira (28), convocada pelas centrais sindicais. A Força Sindical estima que 40 milhões pararam. 

Paulinho disse que fará um apelo ao presidente Michel Temer (PMDB) para que seja “o cara que pacifica o país. E para isso tem que mudar a reforma da Previdência, tem que mudar a reforma trabalhista”.

Nesta semana, as centrais sindicais terão reuniões para definir um calendário de atos contra as reformas e há a possibilidade de uma nova greve geral caso não haja negociação com o governo, segundo Paulinho da Força. “Quem sabe a gente consiga fazer com que Brasília ouça as vozes das ruas”, disse. 

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