Bolsonaro se rende ao Progressitas para impedir debandada do ‘Centrão’

Presidente percebeu que está em meio a um marrevolto de problemas e a salvação é o ‘Centrão"

Postado em: 24-07-2021 às 11h54
Por: Redação
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Presidente percebeu que está em meio a um marrevolto de problemas e a salvação é o ‘Centrão’ | Foto: Redação

Nenhum poder é perene, muito menos nas democracias onde a alternância de personagens no topo do executivo tem data de vencimento e, dependendo da ocasião, é apeado da cadeira antes do tempo via instrumentos democráticos. Ou seja: os eleitos, representando o povo no Congresso, ejeta o cidadão de seu posto por meio de um impeachment, seja ele prefeito, governador ou presidente da República.

Essa tem sido a preocupação dos que gravitam ao entorno do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), principalmente lideranças partidárias que o apoiam ou dão sustentação ao seu projeto de governança. Diante da pressão dos áulicos palacianos e sem ter para onde correr, Bolsonaro percebeu que está em meio a um mar revolto de problemas e a única tábua de salvação política que lhe resta no Congresso, é o outrora demonizado ‘Centrão’

Teve que engolir a seco seu discurso de que governaria por meio de bancadas temáticas, ignorando solenemente os partidos de centro. A intenção era boa, mas percebeu a tempo que as bancadas BBBs – Boi, Bíblia, e Bala – não seriam suficientes para atender as demandas do Executivo. Para piorar, ampliou o número de adversários, notadamente no Senado.

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Por mais exercícios retóricos e populistas que o presidente faça, ainda carece de apoios das instituições formais, como o judiciário, legislativo e a sociedade organizada. Sem essa tríade, sua defesa à democracia soa falsa e provoca desconfiança dando espaço aos adversários para desconstruírem seu governo. É nesse cenário que Ciro Nogueira vai atuar à frente da Casa Civil, aplainando o caminho de Bolsonaro e organizar uma linha de defesa consistente no Congresso.

Na esteira de obstáculos, Ciro tem que construir urgente uma ponte sólida para que Bolsonaro atravesse o abismo que o separa do Senado. Afinal, é de lá que pode sair o templário Pacheco com sua veste branca empunhando a espada da pacificação do país. Assim como Nogueira, Pacheco tem bom trânsito entre os senadores e passa ao largo dos problemas enfrentados por Bolsonaro.

Desde quando o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab anunciou que Pacheco veria para o partido e seria o candidato a presidente da República pela legenda, Pacheco se distanciou mais do Palácio do Planalto.

Não à toa que Kassab percebeu que o mineiro Pacheco encaixa direitinho no modelo de liderança que pode aglutinar os espectros de centro, centro-direita e a direita não bolsonarista a um projeto de convergência, longe dos extremos. É tudo que Bolsonaro não deseja. Sem a polarização entre ele e Lula, seu discurso antipetista perde força e apoiadores, cai no vazio. Esse será o argumento para justificar a busca de profissionais da política como Ciro e Lira em detrimento de generais da ativa ou de pijama.

Lideranças como Ciro Nogueira e Arthur Lira podem ter todos os defeitos políticos que Bolsonaro criticou até recentemente, mas são reconhecidos como hábeis negociadores no serpentário político do Congresso. São estes senhores que terão a missão de reorganizar a base de bolsonarista no Congresso e dar governabilidade à gestão do presidente.

Eles sabem que agora, mais do nunca, a saída é para cima pois não é mais possível permanecer no fosso das incertezas quanto ao futuro. E o que não faltará serão especulações quanto ao amanhã, desde fusões de siglas para formar uma base forte em apoio ao presidente, unindo PSL, Progressistas e Democratas. Se realmente materializar essa união, será o maior partido do Congresso com mais de 120 deputados e 15 senadores.

Ninguém em meio à secura do Planalto e o sonolento Congresso praticamente vazio, arisca qualquer palpite sobre essa fusão, quando muito dizem que se trata de especulações e o desejo de alguns líderes em manter suas bancadas e até ampliá-las. De fato, existem muitas vaidades e pouco interesse em unir siglas. É impossível imaginar O DEM perdendo protagonismo para o PSL ou vice e versa. Por maior que seja o exercício de imaginação, não faz sentido o Progressista que está com a faca e o queijo na mão ceder parte do manjar para o quase ‘nanico’ DEM. (Especial para O Hoje)

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