Em entrevista a rádio goiana, Lula condena pregação de ódio de Bolsonaro e diz que Brasil tem solução

“Vamos trazer esperança, o direito de todos de tomar café, almoçar e jantar todo santo dia”, disse o ex-presidente.

Postado em: 27-07-2021 às 16h30
Por: Luan Monteiro
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“Vamos trazer esperança, o direito de todos de tomar café, almoçar e jantar todo santo dia”, disse o ex-presidente | Foto: Reprodução

Em entrevista a uma rádio goiana nesta terça-feira (27/07), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o que ele considera “pregação de ódio” feito pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), e disse que quem governa o Brasil é Paulo Guedes e Arthur Lira.

“Quem governa o Brasil é o Guedes e o presidente da Câmara [Arthur Lira]. O presidente é uma Rainha da Inglaterra, ele vive para falar bobagem”, disse o ex-presidente.

Lula também afirmou que os problemas sociais do país ocorrem devido a omissões do governo federal. “A fome voltou porque não temos governo. A fome voltou forte, o desemprego é maior da história do Brasil e eu não vejo o presidente preocupado em encontrar uma solução para acabar com o sofrimento do povo brasileiro”, disse.

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“Temos quase 15 milhões de pessoas desempregadas, mais seis milhões que deixaram de procurar emprego. 34 milhões estão trabalhando na informalidade, 19 milhões estão passando fome, 24 milhões em situação de insegurança alimentar”, continuou.

“Veja a contradição: no ano em que o agronegócio vive o melhor momento de produção e exportação, é o ano que a gente mais tem fome no Brasil. Não é que falta alimento no Brasil, falta dinheiro para as pessoas comprarem alimento. No Brasil e em outras partes do mundo, porque são quase 800 mil pessoas com fome”, analisou.

Pandemia

Segundo Lula, desde o início da pandemia, Bolsonaro agravou a crise brasileira, cuja economia já rumava para a catástrofe antes da chegada do vírus. “Ele praticou um desastre no Brasil. São quase 20 milhões de pessoas vitimadas e 551 mil mortes. Uma parte dessas mortes precisa ser jogada nas costas dele”, justificou.

Bolsonaro, na visão de Lula, teve tempo e oportunidades para tomar providências antes da chegada do coronavírus. “Poderia ter montado um comitê de crise, ter chamado um ministro da Saúde que entendesse de saúde, secretários de estado, cientistas… Criar um protocolo de informação para a sociedade e ao mesmo tempo comprar vacina quando foi oferecida e ele não quis comprar porque não acredita na vacina, ele só acredita na cloroquina”, explicou.

Eleições

Para o ex-presidente, Bolsonaro é um pregador do ódio, alguém comprometido apenas em contar mentiras diariamente e disseminar preconceito contra as minorias. “Precisamos colocar um fim nisso, colocar alguém civilizado [na Presidência], com sentido humanista, que pensa e reconheça a palavra amor, alguém que queira distribuir livros ao invés de armas, gerar emprego, riquezas para o país e o povo”, resumiu. “Qual é a nova política do Bolsonaro? Ficar refém do centrão, colocar R$ 20 bilhões do Orçamento para que deputados possam se reeleger”, completou.

Por fim, Lula afirmou que o Brasil tem jeito e que para voltar a crescer, o país deve incluir as pessoas pobres no Orçamento. “Vou trabalhar para vender à sociedade a ideia de que a gente pode trazer a esperança de volta, o emprego, o direito de tomar café, almoçar e jantar todo santo dia, de as pessoas viajarem com suas famílias nas férias, que possam comprar um presente de Natal ou de aniversário para uma criança”, disse.

“Por que eu saí do governo com 87% de bom e ótimo depois de oito anos de mandato e algumas pessoas não gostam de mim? Só pode ser porque nós demos direito de o pobre entrar na universidade, e você sabe quantas escolas técnicas fizemos no estado de Goiás, a expansão que fizemos na universidade…. Tem gente que não gosta porque esse país tem uma elite econômica com a mentalidade escravista. Eu quero combater isso com muita força”, complementou.

“Quando eu cheguei em 2003 à Presidência, as pessoas diziam que o Brasil estava quebrado, que não tinha recuperação. O Brasil devia U$ 30 bilhões ao FMI, o Malan ia todo final de ano para Washington pegar dinheiro para fechar as contas no Brasil. A inflação estava 12%, o desemprego estava crescendo e as pessoas diziam, “o Lula não vai conseguir”” completou.

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