Iris deve escolher líder do governo na Câmara Municipal nos próximos dias

O vereador Wellington Peixoto é um dos favoritos para assumir o posto, fundamental para mediar a relação da Casa com o Paço

Postado em: 06-05-2017 às 09h40
Por: Sheyla Sousa
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O vereador Wellington Peixoto é um dos favoritos para assumir o posto, fundamental para mediar a relação da Casa com o Paço

MARDEM COSTA JR.

Após marchas e contramarchas, o prefeito Iris Rezende (PMDB) deve anunciar o líder do governo na Câmara Municipal de Goiânia nos próximos dias. A expectativa é que a indicação seja efetivada antes da ida do peemedebista à Câmara, prevista para o final de maio, a fim de prestar contas referentes ao primeiro quadrimestre de 2017.

A escolha é fundamental para reduzir a tensão entre o Paço e a Casa e ainda coordenar a base em votações delicadas, como o novo Plano Diretor de Goiânia e acompanhar as movimentações das três Comissões Especiais de Inquérito (CEI) instaladas no parlamento goianiense [Dívida, Transporte Coletivo e SMT]. 

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Pelo menos três vereadores são cotados para assumir o posto: Clécio Alves (PMDB), Paulinho Graus (PDT) e Wellington Peixoto (PMDB). Os três foram pré-candidatos à Presidência da casa, mas abriram mão de suas postulações ao perceberem o favoritismo de Andrey Azeredo (PMDB), que conseguiu o apoio dos colegas novatos como ele e sagrou-se eleito.

O nome de Peixoto ganhou força nesta semana, principalmente pelo parlamentar ser um dos poucos a defender a gestão Iris Rezende com veemência. Questionado por O HOJE como vê a predileção dos colegas, Wellington prefere ser cauteloso. “Ainda não parei para pensar sobre [ser líder] e nem almejava a indicação. Porém se for a intenção do prefeito, aceito o desafio com tranquilidade”, pontua.

Wellington Peixoto acredita que a retomada de obras  e dos mutirões, prevista para junho, poderá melhorar a relação do prefeito com os vereadores. “Assim que a prefeitura iniciar as ações na rua, creio que o diálogo será facilitado e a base será solidificada”, avalia.

Iris chegou a afirmar que a demora na escolha do líder era motivada pela falta de votações de interesse do Paço na Câmara. No entanto, por falta de coordenação política, vetos e outros projetos de interesse da Prefeitura foram derrotados ou tiveram a tramitação retardada. Alves chegou a informar que a base atual se resumia a seis vereadores, dada a insatisfação de outros possíveis aliados com a administração municipal.

O HOJE tentou entrar em contato com o secretário de Governo, Samuel Almeida, para saber a respeito da escolha. No entanto, o titular da Segov estava reunindo com Iris e não retornou as ligações até o fechamento da edição. Apesar da experiência de ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Almeida não conta com a simpatia de boa parte da Casa.

Desafios

O líder do governo a ser escolhido terá como primeira missão melhorar o diálogo entre os Poderes. Aliados reclamam encontrar dificuldades para agendar audiências com o prefeito ou mesmo terem seus pleitos atendidos, principalmente obras de pequeno porte.

“O vereador é cobrado pela população diariamente e se o prefeito não demonstra consideração com a base, não há justificativa para defendê-lo.”, reclama Paulo Magalhães (PSD), aliado histórico do peemedebista, que passou a adotar uma postura de independência após queixar-se não ser respeitado pelo Paço.

Alguns parlamentares acusam a primeira-dama da capital, Iris de Araújo, de interferir no governo do esposo, supostamente agindo como uma prefeita paralela. Segundo eles, o objetivo da ex-deputada é viabilizar a volta dela à Câmara dos Deputados, de onde saiu após não ter sido reeleita ao terceiro mandato em 2014, apesar de ter tido mais de 66 mil votos. 

Iris de Araújo nega as acusações e teceu críticas aos queixosos em entrevista concedida ao portal Diário de Goiás no final de abril. “Tenho um histórico de atuação ao lado do Iris e não sou primeira-dama que faz a linha recolhida. Eu não entendo essa implicância comigo. O que estou fazendo demais? Estou fazendo mal? Não? Estou fazendo bem. Não estou trazendo ônus para a prefeitura”, disse.

 

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