Após live de Bolsonaro, Lira diz não ver chance de PEC do voto impresso ser aprovada

Para o presidente da Câmara, texto não terá apoio suficiente para chegar ao plenário.

Postado em: 30-07-2021 às 15h08
Por: Luan Monteiro
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Para o presidente da Câmara, texto não terá apoio suficiente para chegar ao plenário | Foto: Reprodução

Após a live em que o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) ataca o sistema eleitoral sem apresentar evidências, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) disse nesta sexta-feira (30/07) não ver chances da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso ser aprovada.

Segundo Lira, o texto não terá apoio suficiente para ser aprovada na comissão especial para chegar ao plenário da Câmara. “A questão do voto impresso está tramitando na comissão especial, o resultado da comissão impactará se esse assunto vem ao plenário ou não. Na minha visão, tudo indica que não”, afirmou Lira.

Lira teve apoio de Bolsonaro para comandar o legislativo e afirmou publicamente que confia no sistema eleitoral, mas não vê problemas em dar mais transparência ao processo eleitoral. “Onde não há problema, a gente precisa deixar ainda mais claro”, defendeu.

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, também comentou a PEC. Para Gilmar, a discussão do voto impresso é “uma falsa questão” que esconde outras intenções.

“Essa ideia de que, sem voto impresso, não podemos ter eleições ou não vamos ter eleições confiáveis, na verdade, esconde talvez algum tipo de intenção subjacente, de uma intenção que não é boa”, afirma.

O ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)  disse que é necessário “parar de conversar fiada” e sugeriu que, diante das desconfianças, os defensores do voto impresso deveriam pedir a volta do voto manual “como um todo”.

“Se de fato nós temos tanta certeza de que não há problemas no voto impresso, seria melhor voltar para o voto manual, que nós tivemos inúmeros problemas, inclusive na contabilização e depois no fenômeno que nós conhecemos do mapismo. Portanto, vamos parar um pouco de conversa fiada. Claro que todos nós somos favoráveis à auditabilidade da urna, queremos que seja auditável, e ela é auditável”, disse Gilmar.

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