Com base em delação de marqueteiros, Janot faz 22 pedidos a Fachin

Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez novos pedidos com base nas delações premiadas dos publicitários João Santana e Mônica Moura

Postado em: 12-05-2017 às 08h00
Por: Renato
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Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez novos pedidos com base nas delações premiadas dos publicitários João Santana e Mônica Moura

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez 22 novos
pedidos ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal
Federal (STF), com base nas delações premiadas do casal de publicitários João
Santana e Mônica Moura, cujo sigilo foi retirado ontem (11). Ambos atuaram por
mais de 15 anos em campanhas eleitorais do PT.

Nenhuma das petições diz respeito à abertura de novos
inquéritos, mas solicitam que as informações prestadas pelos marqueteiros sejam
incluídas em investigações já em andamento no STF ou sejam remetidas para
análise da Justiça Federal de cinco estados: Paraná, Sergipe, Rio Grande do
Norte, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Com isso, as declarações de João Santana e Mônica Moura, que
em sua maioria relatam pagamentos ilícitos oriundos da empreiteira Odebrecht,
irão se somar às investigações contra ao menos três parlamentares: os senadores
Gleisi Hoffmann (PT-SP), Marta Suplicy (PMDB-SP) e Lindbergh Farias (PT-RJ).

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As informações remetidas à primeira instância dos estados
dizem respeito, sobretudo, à atuação dos ex-ministros da Fazenda Guido Mantega
e Antonio Palocci, bem como do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, na
intermediação de dinheiro de caixa 2 (doação não declarada) da Odebrecht para
campanhas locais.

Entre as 22 petições, três dizem respeito a Dilma Rousseff:
uma por sua suposta tentativa de obstruir a Lava Jato; outra por benefícios
pessoais que teria recebido; e uma terceira relacionada a irregularidades nas
suas campanhas de 2010 e 2014 à Presidência.

São citados também outros políticos que são ou já foram do
PT, como o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad; o ex-ministro do
Planejamento Paulo Bernardo; o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Patrus
Ananias; o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel; e o ex-senador
Delcídio do Amaral. O deputado federal Vander Loubet (PT-MS) teve a petição que
se refere a ele remetida para nova análise pelo Ministério Público Federal
(MPF).

Um dos pedidos trata ainda da tentativa de compra de tempo
de TV de partidos que compunham a coligação da chapa Dilma-Temer, o que já
é objeto de análise no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma última petição
não teve seu conteúdo divulgado.

Há relatos ainda de irregularidades em campanhas eleitorais
em El Salvador, em Angola, no Panamá e na Venezuela, onde US$ 11 milhões teriam
sido entregues ao casal pelo próprio presidente venezuelano Nicolás Maduro,
segundo as delações.

O ministro Edson Fachin concedeu todos os pedidos para
inclusão de informações em investigações já em andamento ou remessa à primeira
instância dos estados e às autoridades internacionais. A exceção foram os
reiterados pedidos de Janot para que as declarações fossem incluídas no
inquérito específico que investiga formação de quadrilha dentro do PT. Nestes casos,
Fachin não se manifestou. (Agência Brasil) 

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