Em meio falas golpistas de Bolsonaro e discussão do voto impresso, Marinha faz desfile em Brasília

Desfile de blindados está marcado para esta terça-feira (10) e ocorre na semana em que Câmara pode derrubar PEC do voto impresso.

Postado em: 09-08-2021 às 14h07
Por: Luan Monteiro
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Desfile de blindados está marcado para esta terça-feira (10) e ocorre na semana em que Câmara pode derrubar PEC do voto impresso | Foto: Reprodução

O Ministério da Defesa realizará nesta terça-feira (10/08) um desfile de blindados que passará em frente ao Palácio do Planalto em Brasília. O desfile ocorre em meio a uma série de alegações golpistas do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) e na semana em que Congresso pode derrubar PEC do voto impresso.

De acordo com um comunicado, o desfile marcará a entrega a Bolsonaro e ao ministro da Defesa, Walter Braga Netto, de um convite para que as autoridades acompanhem, em 16 de agosto, um tradicional exercício da Marinha que ocorre desde 1988 em Formosa, interior de Goiás.

Autoridades são normalmente convidadas para assistir à Operação Formosa, porém, esta é a primeira vez que o convite ocorre com desfile de blindados militares.

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De acordo com a assessoria do Ministério da Defesa, o desfile se trata de uma ação de divulgação do exercício. Segundo a Marinha, a Operação Formosa envolverá neste ano mais de 2.500 militares das três Forças, sendo a primeira edição que Exército e Aeronáutica participam.

No total, serão 150 equipamentos, entre carros de combate, blindados, aeronaves e lançadores de mísseis e foguetes. O objetivo é simular uma operação anfíbia.

O desfile, entretanto, ocorre em meio a uma crise institucional entre o presidente e o poder Judiciário. Os blindados devem passar em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), e ao lado do Congresso Nacional.

Críticas feitas por Bolsonaro

Nas últimas semanas, Bolsonaro vem fazendo uma série de ameaças contra as organizações democráticas. Em uma live realizada no último dia 29 de julho, o presidente acusou o sistema eleitoral de ser suscetível a fraudes, mas sem apresentar provas.

Já no último dia 1º, Bolsonaro voltou a atacar a integridade do pleito. “Sem eleições limpas e democráticas, não haverá eleição”, disse.

Após isso, o presidente foi incluído no Inquérito das Fake News pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. Ao tomar conhecimento, Bolsonaro disse que poderia atuar “fora dos limites constitucionais”.

“Ainda mais um inquérito que nasce sem qualquer embasamento jurídico, não pode começar por ele [pelo STF]. Ele abre, apura e pune? Sem comentário. Está dentro das quatro linhas da Constituição? Não está, então o antídoto para isso também não é dentro das quatro linhas da Constituição”, disse Bolsonaro.

PEC do voto impresso

Para o presidente, a única solução para o pleito eleitoral é a aprovação do Projeto de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso, promessa de campanha de Bolsonaro. A pauta, prioritária para o presidente, não passou numa comissão especial realizada na última semana.

Entretanto, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que devia apresentar a pauta em plenário nesta terça ou quarta-feira. A tendência é que a PEC não seja aprovada na casa.

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