“Falta de líder na Câmara não prejudica Iris”, afirma Andrey Azeredo

Confira entrevista exclusiva do presidente da Câmara Municipal de Goiânia, vereador Andrey Azeredo

Postado em: 15-05-2017 às 09h50
Por: Sheyla Sousa
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Confira entrevista exclusiva do presidente da Câmara Municipal de Goiânia, vereador Andrey Azeredo

Renan Castro e Thaís Franco

O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, vereador Andrey Azeredo (PMDB), concedeu entrevista na sede do jornal O Hoje. O parlamentar falou sobre investigação na SMT, indicação do líder do prefeito Iris Rezende (PMDB) na Casa e também com relação a formação de blocos no Poder Legislativo no município e a regulamentação do aplicativo Uber na Capital. 

Quais são as perspectivas para o mandato?

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As melhores possíveis. Eu trabalhei muito durante a campanha com alguns temas específicos: questão da melhoria do transporte público e do trânsito, agregando novas tecnologias para que a gente tenha uma mobilidade maior e novas alternativas como, por exemplo, as bicicleta, para que o goianiense possa fazer sua escolha de acordo com seu interesse tendo sempre vias seguras, bem sinalizadas, para que ele possa ir e vir em segurança. Além disso, o uso da tecnologia na gestão pública, especialmente na área da saúde e a diminuição da burocracia. Já está na prefeitura um processo de modernização dos processos administrativos  e se espera que já possa ser apresentado a sociedade essa mudança.

O que você tem a dizer sobre a investigação que está acontecendo pela CEI da SMT?

O que eu sei é que há uma ação do Ministério Público dizendo que recursos provenientes de multas foram utilizados em anos anteriores de forma indevida. O que a princípio pode ter ocorrido: em Goiânia há o caixa único. Há uma lei aprovada na Câmara onde todos os recursos do município são centralizados na secretaria de Finanças das mais variadas fontes. Entre elas, a fonte que é proveniente das multas. Isso, depois, teria que ser repassado para a SMT. No período em que fui gestor e estive a frente da SMT todos os recursos provenientes de multas foram aplicados de acordo com o que estabelece a lei, o Código Brasileiro de Trânsito e as portarias do Contran que regulamentam como aplicar esses recursos.

O que o município perde com a não regulamentação do Uber?

Não perde nada. Eu sou a favor da regulamentação. Como presidente da SMT tive a oportunidade de fazer uma consulta pública aberta a sociedade por quase trinta dias onde mais de mil pessoas manifestaram suas opiniões, sugestões, e depois dessa consulta consolidamos de forma muito estudada uma minuta de decreto para regulamentação do Uber em Goiânia. Apresentei essa minuta de decreto ao ex-prefeito (Paulo Garcia) que, infelizmente, não assinou o decreto. Dois meses depois, a cidade de São Paulo regulamentou os aplicativos via decreto bastante similar ao que tínhamos proposto. Está tramitando na Câmara um projeto de lei que dá ao vereadores eleitos e reeleitos conhecimento mais profundo, conceitual, sobre este assunto para a gente possa, a partir daí, ou cobrar do Executivo a regulamentação via decreto ou apresentarmos um novo projeto de lei que, de fato, gere uma concorrência mais leal com os taxistas e, acima de tudo, garanta ao cidadão o direito de escolha e dando também a certeza de que quem estará dirigindo o carro, seja de qualquer empresa, vai ter uma certidão de antecedentes criminais negativa apresentada, curso de qualificação como motorista, carteira profissional, carro com no máximo cinco anos de uso várias outras questões que precisam ser consideradas para que a gente tenha esses aplicativos transitando e trabalhando a disposição do goianiense, mas com segurança. 

Com a base dividida, como o prefeito vai fazer para aprovar projetos?

Isso é momentâneo. Ele está buscando analisar o perfil dos mais variados parlamentares. Hoje nós temos uma pulverização grande de partidos. De 35 cadeiras nós temos 21 partidos representados e ele está analisando o perfil para indicar quem será o líder de governo e apresentar as matérias de interesse do Executivo. 

A falta de um líder na Câmara prejudica a gestão de Iris?

Não vejo prejuízo nisso. Mas é sempre bom ter um líder de governo para poder orientar as bancadas e fazer um meio-de-campo, a relação entre vereadores e o Executivo. 

Tem previsão a indicação de um líder?

No dia em que o prefeito entender por bem fazer a escolha. Isso é uma questão muito pessoal do Excutivo.

Por enquanto, não é uma prioridade?

Acredito que seja prioridade. O prefeito está analisando. Mas são várias prioridades que se apresentam de forma simultânea. E entre as várias ele está buscando resolver todas e uma delas é essa questão da liderança. 

Falta articulação entre o Paço e a Câmara?

Ela poderia ser melhor. Mas são muitos os problemas que se apresentam e é preciso trabalhar de forma séria em todos eles. E em razão disso pode não ter a articulação que se desejaria junto ao Legislativo, mas isso será resolvido em breve. 

Como você ver essa diversidade de partidos na Casa?

Isso é uma anomalia da política brasileira. Não tem razão para que o Brasil tenha esse tanto de partido como tem e como surge a cada mês. É algo que precisa ser modificado por meio de uma reforma política séria e profunda. Nada justifica os mais de 30 partidos registrados no País. Não tamanha diversidade de pensamento que justifique isso. É por isso que ocorreu essa pulverização de partidos nos municípios. E muito provavelmente é o que vai acontecer nas eleições estaduais ano que vem coma pulverização de partidos na Assembleia.

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