Economista do Santander defende golpe contra eleição de Lula em 2022

A instituição afirma que esta opinião não representa a visão do Banco

Postado em: 13-08-2021 às 16h08
Por: Augusto Sobrinho
Imagem Ilustrando a Notícia: Economista do Santander defende golpe contra eleição de Lula em 2022
A instituição afirma que esta opinião não representa a visão do Banco | Foto: Reprodução

O economista do Banco Santander no Brasil, Victor Candido, escreveu e enviou a clientes da instituição e operadores de mercado uma análise onde defende um golpe de Estado para evitar que o ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), volte à presidência com as eleições de 2022. Em nota, a empresa afirma que esta opinião não representa a visão do Banco.

Segundo o economista, o retorno de Lula e seus aliados representa uma ameaça. “Dito isso, é preciso reconhecer o problema da eleição de 2022: a perspectiva de retorno ao poder da máquina de corrupção do governo de Lula. Em suma, ninguém vai apoiar um golpe a favor do Bolsonaro, mas é possível especular sobre um golpe para evitar o retorno de Lula”, escreveu Candido no e-mail compartilhado.

O fato repercutiu nas redes sociais, nesta sexta (13/08), e provocou indignação dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), pois o ex-presidente, absolvido das denúncias de corrupção que o impediam de disputar as eleições, está ampliando vantagem nas pesquisas eleitorais. Políticos do partido se posicionaram contrários à análise do economista, como é o caso de José Guimarães (PT), confira:

Continua após a publicidade

O Banco Santander Brasil se isentou da responsabilidade das mensagens feitas por consultorias externas. “O conteúdo trata-se, tão somente, de avaliação feita por uma consultoria independente – que não censuramos e por cujo teor não nos responsabilizamos -, repassada a um grupo restrito de investidores que necessitam embasar suas decisões em diferentes visões do cenário nacional”, disse em nota.

Porém, este não é um episódio isolado. Em meio a crise econômica, social e na saúde provocada pela pandemia da Covid-19, a instituição, que dobrou seu lucro para 4,1 bilhões de reais no segundo trimestre deste ano, se beneficia da liberdade financeira  proporcionada pelo governo de Jair Bolsonaro (Sem partido) e já demonstrou seu apoio a atual gestão do executivo.

Em 2017, o banco retirou seu patrocínio à exposição de arte LGBT QueerMuseu, em Porto Alegre, e redirecionou a verba para a campanha do governo, que classificou a mostra como blasfema e pedófila. “Algumas obras da mostra não respeitavam símbolos, crenças e pessoas e isso não faz parte de nossa visão de mundo ou dos valores que defendemos”, afirmou em comunicado.

Após a repercussão, o economista se desculpou pelo golpe contra Lula por meio do serviço CAC Analysis.

Veja Também