Temer reúne ministros e base aliada e pede que Congresso trabalhe normalmente

O objetivo foi discutir crise política deflagrada após revelação que dono do grupo JBS gravou conversa com Temer

Postado em: 22-05-2017 às 04h00
Por: Renato
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O objetivo foi discutir crise política deflagrada após revelação que dono do grupo JBS gravou conversa com Temer

Quatro dias após as primeiras informações da delação do
empresário Joesley Batista, o presidente Michel Temer se reuniu na noite deste
domingo (21), no Palácio Alvorada, com ministros e líderes do governo no
Congresso Nacional. 

O objetivo da reunião, considerada informal por aliados, foi
discutir a crise política deflagrada depois que o jornal O Globo revelou
que o dono do grupo JBS gravou com o presidente uma conversa aceita pelo
Ministério Público Federal no processo em que pediu a abertura de inquérito
contra Temer.

De acordo com o líder do governo na Câmara, deputado
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Temer pediu que o Poder Legislativo continue
trabalhando na sua “normalidade”. Segundo ele, o presidente novamente
se mostrou indignado com as denúncias e manifestou confiança de que vai
“superar o momento”.

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Ministros

“A grande resposta que podemos dar é com as medidas que
são positivas para o país. Todos os partidos da base estiveram reafirmando
apoio a Temer. Quando não estava o líder, estava o presidente ou um ministro
representando o partido”, afirmou, acrescentando que os presentes
externalizaram seu “compromisso com o país”.

Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco
(Secretaria-Geral da Presidência), Henrique Meirelles (Fazenda), Helder
Barbalho (Integração Nacional), Ronaldo Nogueira (Trabalho), Gilberto Kassab
(Ciência e Tecnologia) e Raul Jungmann (Defesa) participaram do encontro.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), chegou ao
Palácio da Alvorada por volta de 20h, assim como o líder do governo no
Congresso, André Moura (PSC-SE). Segundo Moura, o fato de o Planalto ter
agendado inicialmente um jantar com lideranças partidárias não foi um recuo.

“Tratou-se de uma reunião como as demais e que têm
ocorrido desde quarta-feira. No momento certo, vamos convocar a base para uma
reunião formal”, afirmou, sem informar a data.

PSDB

Representantes do primeiro escalão do PSDB também estiveram
no Palácio da Alvorada, apesar de algumas ameaças de que o partido deixaria a
base do governo: Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Aloysio Nunes
(Itamaraty) e Bruno Araújo (Cidades). O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE),
novo presidente nacional da legenda, também participou da reunião.

Mais cedo, senadores e deputados tucanos cancelaram um
encontro apenas com integrantes da legenda que estava marcado para a tarde.
Após as denúncias, o senador Aécio Neves (MG) foi afastado do mandato
e da presidência do partido.

Embora o PSB tenha decidido romper com o governo e
defender eleições diretas para a Presidência , o ministro de Minas e Energia,
Fernando Coelho Filho, que é filiado à legenda, esteve reunido com Temer e os
demais colegas. De acordo com relato de parlamentares que participaram da
conversa, o presidente nacional do DEM,  senador José Agripino Maia (RN),
também esteve no Alvorada.

Gravação

O líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR),
também participou da reunião, assim como o presidente nacional do PP, senador
Ciro Nogueira (PI), a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) e alguns deputados
peemedebistas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que esteve com
Temer pela manhã, no Palácio do Jaburu, não esteve no Alvorada.

Na quarta-feira (17), o jornal O Globo publicou
reportagem, segundo a qual, em encontro gravado em áudio por Joesley Batista, o
presidente Michel Temer teria concordado que se mantivesse uma boa relação com
o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

O conteúdo da gravação, que tem sido questionado pelo Palácio
do Planalto , foi divulgado pelo Supremo Tribunal Federal. Para
solucionar um problema da JBS, a pedido de Temer, o deputado Rodrigo Rocha
Loures (PMDB-PR) teria sido filmado recebendo R$ 500 mil. A delação premiada de
Batista e de seu irmão, Wesley Batista, foi homologada nesta quinta-feira (18)
pelo ministro do STF Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na corte. (Agência
Brasil) 

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