Secretaria Direitos Humanos pode concluir obra iniciada há mais de 10 anos

“Estamos falando de dinheiro parado, dinheiro público investido em algo inacabado”, dispara secretária Cristina Lopes ao comentar obra 70% concluída no setor Faiçalville

Postado em: 24-08-2021 às 10h02
Por: Felipe Cardoso
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“Estamos falando de dinheiro parado, dinheiro público investido em algo inacabado”, dispara secretária Cristina Lopes ao comentar obra 70% concluída no setor Faiçalville | Foto: Reprodução

A secretaria de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas têm tentado retomar a inacabada obra da antiga Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia (Sedetec), localizada na Av. Ismerino Soares di Carvalho, no Setor Faiçalville, em Goiânia. A ação, encabeçada pela ex-vereadora e atual titular da pasta, Cristina Lopes, deve avançar já nos próximos dias. 

Acontece que a secretaria recebeu, na última segunda-feira (23), um documento contendo as orientações necessárias para elaboração, adequação e apresentação do projeto de retomada da edificação. O braço do Poder Executivo também deverá apontar a destinação do prédio, que até então segue se deteriorando ao longo do tempo. 

Em entrevista à reportagem do jornal O Hoje, Cristina considerou a conclusão da obra algo “importantíssimo” para a população goianiense. “Estamos falando de dinheiro parado, dinheiro público investido em algo inacabado”, alertou a titular. 

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As primeiras movimentações de terra no local foram iniciadas ainda no ano de 2009, sob a gestão do ex-prefeito Paulo Garcia (PT). Porém, o governo petista não conseguiu concluí-la e, mais tarde, — já na gestão do emedebista Iris Rezende — o convênio com o Governo Federal foi cancelado e o dinheiro, consequentemente, devolvido.

Mas este é um problema superado. Pelo menos é o que garante a secretária.  “Enquanto vereadora, destinei emendas parlamentares para essa obra. O mesmo foi feito pelo prefeito Rogério Cruz à época em que foi vereador. Ou seja, a questão está resolvida e devemos recomeçar os trabalhos já nos próximos 15 dias”, comemora Lopes depois de considerar “absurda” qualquer possibilidade que impeça o projeto de ser finalizado. 

Outro detalhe importante é que a entrega do prédio por parte da administração municipal permitiria, inclusive, a transferência da secretaria para o novo prédio. Assim, seriam economizados cerca de R$ 15 mil mensais, gastos atualmente com aluguel do prédio onde funciona a pasta, no Setor Sul. “Hoje estamos alocados em um prédio que não é nosso, ou seja, teríamos, a partir da ocupação desse novo local de trabalho, uma economia ainda mais forte no município”, destacou. 

Além disso, a titular considera oportuna a instalação de um Centro de Referência em Direitos Humanos e Economia Criativa e Solidária em uma região de “grande movimentação” como o Faiçalville. “Isso nos dá sustentação para o trabalho. Podemos levar diversas feiras, como a ‘Feira das Pretas’, por exemplo, além de tantas outras feiras étnicas que abordam a questão da igualdade social. Podemos levar tudo para essa praça”, argumentou. 

Rumo aos 100 dias

Cristina assumiu o posto de secretária a convite do prefeito Rogério Cruz ainda no mês de abril quando o então titular, Filemon Pereira entregou o cargo em ato de renúncia coletiva do MDB. 

A aposta do prefeito foi recebida com bons olhos nos bastidores da política goianiense que avalia Cristina como um “nome de peso” para um cargo ligado aos interesses das minorias. Vale destacar que a ex-vereadora foi presidente da Comissão de Direitos Humanos durante sua passagem pelo Legislativo. 

“Ele me entregou essa missão em um gesto de muita confiança e compromisso com as nossas ações. Hoje temos o envolvimento não apenas da juventude, mas também das pessoas com deficiência, pessoas da comunidade LGBTQIA+, enfim, estamos tocando juntos vários projetos incríveis para a cidade de Goiânia”, frisou.  

Dentre eles, a secretária destacou as ações voltadas à população indígena venezuelana que tem procurado refúgio na capital. “São pessoas que ao chegarem aqui se deparam com um ambiente completamente hostil e estamos transformando isso”, acrescentou. Também são encabeçados pela secretaria as campanhas de conscientização “Essa vaga não é sua nem por um minuto”, “Se essa rua fosse minha” e “Emprego de Direito”.

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