Caiado é citado como alternativa caso Bolsonaro seja impedido

Governador aparece no radar das especulações como opção de centro-direita na disputa para presidente da República

Postado em: 27-08-2021 às 09h09
Por: Marcelo Mariano
Imagem Ilustrando a Notícia: Caiado é citado como alternativa caso Bolsonaro seja impedido
Governador aparece no radar das especulações como opção de centro-direita na disputa para presidente da República | Foto: Reprodução

Diante do quadro político polarizado entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o que não faltam são especulações em busca de nomes alternativos, e os partidos estão em movimento colocando suas cartas na mesa do jogo político.

No início de agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu incluir Bolsonaro como investigado no inquérito sobre fake news. Há, ainda, um inquérito administrativo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que investiga as declarações do presidente contra a urna eletrônica e a legitimidade das eleições. Tudo isso provoca inquietação em sua base.

Embora improvável, ambos os inquéritos têm, em tese, o potencial impedir a candidatura de Bolsonaro à reeleição no ano que vem, se partidos políticos decidirem pedir a impugnação da chapa com base nas provas ainda a serem coletadas.

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Pessoas próximas a Bolsonaro não acreditam que isso ocorra. Contudo, como na política é sempre preciso ter alternativas, algumas opções estão sendo colocadas na mesa. Uma delas cita o governador de Goiás como uma das opções na eventualidade de o atual ocupante do Palácio do Planalto ser impedido de disputar as eleições

No momento, segundo fontes ouvidas pela reportagem do jornal O Hoje, há dois nomes mais cogitados: Caiado, que concorreu à Presidência em 1989, e a ex-senadora Ana Amélia Lemos, do Rio Grande do Sul, que, atualmente, é filiada ao Progressistas, mas deve deixar o partido.

A favor e contra

Considerados de centro-direita, os dois são vinculados ao setor ruralista e, portanto, agradariam a base bolsonarista. O próprio Caiado já estaria ciente de que é visto como um substituto não necessariamente por Bolsonaro, mas por grupos ligados ao presidente que estão debatendo as possibilidades. Procurada pela reportagem, a assessoria do governador disse que “isso não existe”.

Apesar das movimentações, haveria eventuais resistências. Primeiro, em relação a Caiado, que se distanciou da pauta bolsonarista ao adotar posturas diferentes do presidente no contexto da pandemia de Covid-19, a ponto de Bolsonaro cogitar não apoiar sua reeleição.

Porém, recentemente ambos emitiram sinais de reaproximação para reverter a situação. Esses sinais ficaram evidentes com as visitas recentes de dois ministros tido como bolsonaristas de primeira linha: o da Cidadania, João Ramos (Republicanos) e do Turismo, Gilson Machado. Ambos não pouparam elogios à gestão de Caiado.

Por sua vez, Ana Amélia é a titular da Secretaria Extraordinária de Relações Federativas e Internacionais, baseada em Brasília, do Governo do Rio Grande do Sul, comandado por Eduardo Leite (PSDB), que se coloca na disputa pela Presidência como um possível representante da chamada terceira via.

Aliás, se Bolsonaro for, de fato, impedido de disputar as eleições e Caiado ou Ana Amélia se candidatarem a presidente, o debate sobre a terceira via tende a se esvaziar.

Isso porque tanto um quanto outro teriam condições de aglutinar forças do centro e da centro-direita insatisfeitas com o presidente, mas, naturalmente, não da esquerda.

Reflexos em Goiás

Caso Caiado não seja candidato à reeleição e concorra à Presidência, as cartas da política goiana precisariam ser embaralhadas de novo, em um cenário parecido com a desistência de Iris Rezende (MDB) tentar mais uma mandato de prefeito de Goiânia no ano passado.

Assim, seria possível imaginar que o MDB pensaria em candidatura própria, com o ex-deputado federal Daniel Vilela ou o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, que teriam caminho aberto para aparar as arestas.

Além disso, pela base caiadista, o senador Vanderlan Cardoso (PSD), no meio do mandato, certamente veria uma oportunidade, como viu no caso da Prefeitura de Goiânia em 2020, de ser candidato.

O PT lançaria um candidato próprio para dar palanque a Lula em Goiás e o ex-governador Marconi Perillo, por fim, estaria mais estimulado para voltar ao cargo e reanimar o PSDB. (Especial para O Hoje).

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