Lava Jato prende suspeitos de corrupção

A força-tarefa da Operação Lava Jato, no Rio de Janeiro, prendeu na manhã de ontem (26) um ex-gerente da Área de Negócios

Postado em: 27-05-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

A força-tarefa da Operação Lava Jato, no Rio de Janeiro, prendeu na manhã de ontem (26) um ex-gerente da Área de Negócios Internacionais da Petrobras e um ex-banqueiro, na 41ª fase da operação. Os dois são suspeitos de corrupção na compra de um campo seco de petróleo em Benin, na África, e teriam recebido US$ 5,5 milhões de em propina. O dinheiro foi pago pela empresa Companie Beninoise des Hydrocarbures SARL (CBH), que vendeu o campo à estatal brasileira.

Policiais federais cumprem no Rio de Janeiro mandados na zona sul e na zona oeste da capital. Além dos mandados de prisão temporária do ex-banqueiro e de prisão preventiva do ex-gerente da Petrobras, os agentes fazem buscas em cinco endereços. Três pessoas já foram conduzidas coercitivamente para depor. Entre outros crimes, os suspeitos podem responder por corrupção, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-gerente, o ex-banqueiro e mais cinco pessoas, relacionadas a cinco contas mantidas na Suíça e nos Estados Unidos, são suspeitos de ter recebido pagamentos ilícitos, entre 2011 e 2014, que totalizaram mais de US$ 7 milhões.

Segundo o Ministério Público Federal, os pagamentos de propina que garantiram a venda do campo sem petróleo à Petrobras foram intermediados pelo lobista João Augusto Rezende Henriques, operador do PMDB no esquema que causou prejuízos à estatal. O lobista está preso desde setembro de 2015, no âmbito da Operação Lava Jato, e cumpre pena de sete anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, em decorrência dos mesmos fatos, mas em outro processo.

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No mesmo processo que sentenciou o lobista, foram condenados também o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e o ex-diretor da Petrobras Jorge Luiz Zelada.

Os fatos começaram a ser investigados em agosto de 2015, a partir da cooperação internacional com o Ministério Público da Suíça. Segundo o MPF, os documentos enviados pelo país europeu comprovaram o pagamento de subornos de cerca de R$ 36 milhões, para concretizar a aquisição, pela Petrobras, do campo de petróleo em Benin, por U$ 34,5 milhões. (Abr) 

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