Assembleia de Deus deve compor com Caiado para reeleição

Mesmo com cenário ainda obscuro para Luíz do Carmo, o irmão do senador e um dos principais nomes do segmento evangélico em Goiás, bispo Oídes do Carmo, diz não ver razões para “ruptura”

Postado em: 28-08-2021 às 09h10
Por: Felipe Cardoso
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Mesmo com cenário ainda obscuro para Luíz do Carmo, o irmão do senador e um dos principais nomes do segmento evangélico em Goiás, bispo Oídes do Carmo, diz não ver razões para “ruptura” | Foto: Reprodução

Os comentários mais comuns ventilados pelos corredores da política goiana dão conta de que o cenário ainda segue aberto e, como tal, passível de mudanças. As movimentações, nada tímidas, em prol do pleito que se encontra há mais de um ano de distância, porém, dizem o contrário.

Nesse contexto, o apoio dos evangélicos tem sido observado tanto com cautela quanto com ambição. O poder por trás das grandes lideranças do estado segue na mira daqueles que tendem protagonizar o pleito do ano que vem. A estratégia é tão velha quanto eficaz e tende a ganhar ainda mais musculatura nos próximos meses.

Uma composição com o segmento é sempre esperada entre os grandes nomes que disputam as eleições. Em um cenário recente, a dobradinha foi tida, inclusive, como uma das responsáveis pelo sucesso da chapa emedebista no pleito de 2020, por exemplo.

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Encabeçada por Maguito vilela (MDB), a composição com a igreja universal culminou na indicação de Rogério Cruz (Republicanos) como vice na disputa pela prefeitura de Goiânia. Mesmo tendo seu principal nome afastado por complicações da covid19 durante a campanha, o grupo — que terminou vitorioso na corrida eleitoral — deu continuidade aos trabalhos sob liderança de emedebistas e membros da igreja.

Ano após ano, a busca por parcerias fortes continua. Desta vez, com foco na disputa pelas cadeiras do Palácio Pedro Ludovico teixeira e do Congresso Nacional, em Brasília, o desenho se repete.

 Ao Hoje, um dos maiores líderes do segmento evangélico goiano, bispo Oídes do Carmo, da Assembleia de Deus, assegurou que o cenário segue “indefinido”, porém, não descartou manter diálogo com as lideranças. No emaranhado, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), seria o favorito. “Nossa tendência é de composição com ele [Caiado]. Não vejo razão para ruptura”, considerou o evangélico.

A aliança tende a prosperar, mais uma vez, por dois importantes motivos: primeiro pela aproximação do governador com o MDB que, ao que tudo indica, deverá ocupar a vice de Caiado no ano que vem; o segundo, pela dobradinha já experimentada nas eleições que levaram Caiado ao senado em 2014, tendo como suplente o agora senador Luiz Carlos do Carmo (MDB).

Alguém tem que ceder

Com tudo se resolvendo por um lado, do outro, o cenário ainda é obscuro. A questão estaria relacionada a um suposto compromisso de Caiado em apoiar a reeleição de seu ex-companheiro no Legislativo. isso porque, abrigado Daniel como o indicado do MDB à vice, o partido certamente não teria uma nova indicação na chapa, restando a vaga ao Senado a uma terceira sigla.

Sendo assim, já especulasse, nos bastidores, a possibilidade de Luiz do Carmo se filiar a um novo partido político mirando a disputa com apoio de Caiado. Apesar do próprio senador ter considerado essa possibilidade em entrevista à imprensa local, o irmão disse desconhecer a estratégia.

“Nunca ouvi isso da boca do Luiz. (…) Ele está filiado ao MDB e, caso o partido não viabilize apoio à sua candidatura, tem todo direito de buscar seu espaço [em outra sigla]. Não podemos adiantar, as coisas que vão naturalmente se afunilando. Precisamos sentar e discutir melhor. O que o próprio governador tem dito é que não é momento para essa definição, mas que ninguém está descartado. Ou seja, o Luiz é uma possibilidade no leque”, considerou o líder religioso ao ser questionado sobre a possível composição.

Apesar disso, Luiz do Carmo se reuniu recentemente com o ex-senador Wilder Morais (PSC), em Goiânia. Wilder é também um dos nomes cotados para o senado e Luiz do Carmo não descarta a possibilidade de compor a suplência ou vice-versa.

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