Com Lissauer no PP, Caiado praticamente define sua chapa

Governador deve ter Daniel Vilela como vice e Alexandre Baldy na vaga de senador

Postado em: 01-09-2021 às 08h06
Por: Marcelo Mariano
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Governador deve ter Daniel Vilela como vice e Alexandre Baldy na vaga de senador | Foto: Reprodução

Em recente entrevista ao canal O Hoje News, o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (PSB), afirmou que só irá para um partido que esteja na base do governador Ronaldo Caiado (DEM). De saída do PSB – do qual nunca foi próximo ideologicamente –, Lissauer, que não tentará a reeleição, passou a ser cogitado como candidato a duas vagas: vice-governador ou deputado federal.

As informações de bastidores dão conta de que o presidente da Assembleia Legislativa está de malas prontas rumo ao Progressistas, ou PP, à espera apenas da janela partidária em março do ano que vem.

Com a ida de Lissauer para o PP, a chapa majoritária de Caiado em 2022 está praticamente definida, mas sem a presença do presidente da Assembleia Legislativa, que deve mesmo concorrer a deputado federal.

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Ex-ministro das Cidades e presidente do Progressistas em Goiás, Alexandre Baldy é pré-candidato ao Senado. Ainda estão em curso as negociações entre Caiado e PP, que esquentaram a partir de julho em um evento em Anápolis com pepistas de peso, como o ministro-chefe da Casa Civil e presidente nacional do partido, Ciro Nogueira, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

A possível filiação de Lissauer confirma a tendência de aliança. “Construímos relação para que cada dia possam ser fortalecidas e os quadros do partido estarem unidos nesta decisão”, disse Baldy à reportagem do O Hoje.

Aliás, o prefeito de Anápolis, Roberto Naves, aliado de primeira hora de Caiado, chegou a pensar em deixar o Progressistas, caso o partido não caminhe ao lado do governador.

Em razão da disputa acirrada entre diferentes forças políticas por um espaço na chapa majoritária, é improvável que um mesmo partido tenha duas vagas. Dessa forma, com Baldy no Senado, Lissauer estaria descartado como candidato a vice-governador.

Assim, o caminho para o ex-deputado federal e presidente do MDB em Goiás, Daniel Vilela – atualmente o nome mais cotado para a vice de Caiado –, está mais aberto do que nunca.

Oposição

Há pelo menos outros cinco pré-candidatos ao Senado: o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (PSD), os deputados federais Delegado Waldir (PSL) e João Campos (Republicanos), o senador Luiz Carlos do Carmo (MDB) e o ex-senador Wilder Morais (PSC).

Desses, o único que deve mudar de partido é Luiz Carlos do Carmo, possivelmente a caminho do PSC, que escolherá entre ele e Wilder Morais.

O deputado federal Glaustin da Fokus (PSC) disse à reportagem do jornal O Hoje que, independentemente da aproximação entre Caiado e Baldy, “o PSC continua com o mesmo propósito”, ou seja, na base do governador e com a intenção de lançar um candidato a senador. “Vaga de suplente está descartada.”

Os demais pré-candidatos, em menor ou maior grau, podem buscar refúgio em alguma chapa de oposição, como a que deve ser encabeçada pelo prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, que, com a aliança entre Caiado e Daniel, tende a deixar o MDB.

Delegado Waldir, por exemplo, afirma ao jornal O Hoje que sua presença na base do governador depende do próprio Caiado. O deputado federal diz que, se ficar sem espaço, pode ser candidato por uma outra chapa.

Segundo ele, há várias possibilidades e algumas conversas já foram feitas. “Mendanha, Darrot [ex-prefeito de Trindade e pré-candidato a governador pelo Patriota], Otavinho Lage e Zé Garrote [empresários ligados ao PSDB].”

“Em 2018, estive com Caiado do início ao fim. Naquele ano, o PSL era um partido pequeno. Agora, é diferente”, ressalta Delegado Waldir. “Temos estrutura e buscamos protagonismo.”

Bolsonaro

Caiado estava cada vez mais próximo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas os acontecimentos do último final de semana os distanciaram.

Durante um evento religioso em Goiânia, Bolsonaro ignorou o governador, conforme mostra um vídeo que viralizou nas redes sociais. Aparentemente isolado nas imagens, Caiado teria ficado chateado com a situação.

Um dos articuladores do evento, Glaustin da Fokus, que alega não ter presenciado o momento, busca minimizar o caso. “Tudo estava tranquilo, se cumprimentaram normalmente e, até o vídeo, eu não tinha visto nada de anormal.”

Filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) esteve em Goiânia depois de seu pai e disse que não há necessidade de um candidato próprio em Goiás nas eleições de 2022.

Em outras palavras, agora as chances de Caiado se aliar a Bolsonaro são pequenas. De certa forma, isso também ajuda a consolidar a aliança com o PP.

Embora o presidente do partido, Ciro Nogueira, seja ministro de Bolsonaro, ele teria liberado os diretórios estaduais para apoiar outros candidatos a presidente no ano que vem.

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