Fiscalização eletrônica em Goiânia é retomada e Prefeitura destaca economia

Após polêmica junto aos vereadores e Ministério Público, contrato é assinado com a Eliseu Kopp e primeiros equipamentos começam a operar em até 10 dias

Postado em: 01-06-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Após polêmica junto aos vereadores e Ministério Público, contrato é assinado com a Eliseu Kopp e primeiros equipamentos começam a operar em até 10 dias

mardem costa jr.

O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), assinou ontem contrato com a Eliseu Kopp Ltda. para a gestão da fiscalização eletrônica na capital goiana pelos próximos cinco anos, ao custo de R$ 61,4 milhões. Serão instalados 258 equipamentos para a fiscalização de 643 faixas de trânsito por toda a cidade.

Iris admitiu, durante entrevista coletiva, que o trânsito é um dos principais problemas da capital, mas crê que a volta da operação dos radares colaborará para a melhoria do trânsito. “Estou certo de que não demorará muito para que toda Goiânia esteja dotada deste sistema que vai fluir muito e com profundidade”, assevera.

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De acordo com Lino Murano, superintendente da Eliseu Kopp, os primeiros equipamentos serão instalados em até dez dias e que todo o serviço esteja pronto em cinco meses – um a menos em relação ao previsto pelo edital do processo licitatório. “A prefeitura nos solicitou a instalação imediata, o que dissemos ser impossível. Não é tão fácil, mas faremos o esforço devido ao caráter de urgência que nos foi pedido e com objetivo de salvar vidas”, afirma.

Por sua vez, o secretário interino de Trânsito e Mobilidade (SMT), Luiz Fernando Santana, anunciou que os primeiros pontos a receber os equipamentos de fiscalização de velocidade são os corredores de ônibus, que tiveram a fluidez ameaçada com a ausência dos radares. “Estamos atentos aos locais que demandam a fiscalização, como a Marginal Botafogo, para que possamos assegurar a segurança do tráfego”, enfatiza.

Questionado por O HOJE se a SMT avalia a possibilidade de reduzir a velocidade de avenidas ou das marginais, Santana não descarta intervenções. “Nossa engenharia está atenta e iremos realizar as adequações que forem necessárias para resguardar a vida de quem circula pelo trânsito de Goiânia”, salienta.

Inicialmente previsto em R$ 66,7 milhões, o valor foi reduzido após intervenção dos vereadores membros da Comissão Especial de Investigação (CEI) da Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT) – que apura irregularidades na pasta – e pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO).

Com a redução, o valor cobrado por faixa fiscalizada, que era de R$ 2.627,45 e passou para R$ 1.559,82. De acordo com a prefeitura, a economia será de R$ 40 milhões ao longo do contrato.

Presidente da CEI da SMT, Elias Vaz (PSB) acompanhou a assinatura e sublinhou que a redução é “fruto de um trabalho conjunto” da comissão com o MPGO. “O contrato inicial tinha pontos claramente lesivos aos cofres públicos, como o superfaturamento de valores relacionados à energia elétrica e impostos, reconhecido pela própria Controladoria municipal. Após apontarmos estas questões, a empresa cedeu. Prevaleceu, sobretudo, o interesse público”.

Polêmica

Com a assinatura, a Municipalidade colocou um ponto final em uma questão que já se arrastava desde o final do ano passado. Apesar de vencedora da de licitação realizada no último ano da administração Paulo Garcia (PT), o histórico de polêmicas da empresa gaúcha foi visto com desconfiança. 

O próprio dono da organização, Eliseu Kopp, chegou a ser preso pela Polícia Federal (PF), no contexto da operação Ave de Rapina, que investigou um esquema que teria fraudado contratos e licitações na Prefeitura de Florianópolis (SC), com prejuízo de cerca de R$ 30 milhões aos cofres públicos.

Uma suposta pressão da prefeitura para acelerar a assinatura teria sido, segundo bastidores do Paço, a gota d’ água para a saída de Felisberto Tavares (PR) da SMT. O vereador pediu demissão da pasta cinco meses após assumir o cargo de secretário e muitos problemas para solucionar a curto prazo.  

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