Ministério Público pede prisão de Lula e pagamento de multas de R$ 87 milhões

O MPF quer que todos cumpram as respectivas penas em regime fechado

Postado em: 03-06-2017 às 09h55
Por: Lucas de Godoi
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O MPF quer que todos cumpram as respectivas penas em regime fechado

O Ministério Público Federal de Curitiba (MPF), responsável
pelas investigações da Operação Lava Jato, pediu ontem (2) à noite ao juiz
Sérgio Moro a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outros
seis réus pelos crimes de corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro. O
MPF quer que todos cumpram as respectivas penas em regime fechado e que Moro
determine a apreensão de R$ 87.624.971,26, correspondente ao valor das propinas
que teriam sido pagas nos contratos da OAS com a Petrobras.

O pedido foi encaminhado à Justiça Federal de Curitiba e faz
parte das alegações finais do processo que apura o suposto pagamento de propina
por parte da OAS, envolvendo um apartamento triplex no Guarujá, litoral
paulista e que, segundo o MPF, seria entregue a Lula, como contrapartida por
contratos que a empreiteira fechou com a Petrobras.

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Do total estabelecido pelo MPF, Lula teria recebido cerca de
R$ 3 milhões, incluindo os valores do triplex e do contrato entre a OAS e a
transportadora Granero, responsável pela guarda de parte do acervo que o
ex-presidente recebeu ao deixar o cargo.

Outros réus

Também são réus no caso o ex-presidente da OAS, Léo
Pinheiro, os executivos da empresa Agenor Franklin Medeiros, Paulo Gordilho,
Fábio Yonamine e Roberto Ferreira, e o presidente do Instituto Lula, Paulo
Okamotto. Todos são acusados de lavagem de dinheiro e corrupção ativa. A
ex-primeira-dama Marisa Letícia teve o nome excluído da ação após a sua morte,
em fevereiro passado.

O MPF informou ainda que Léo Pinheiro, Agenor Franklin e
Paulo Gordilho devem ter as penas reduzidas pela metade, “considerando que
em seus interrogatórios não apenas confessaram ter praticado os graves fatos
criminosos…, como também espontaneamente optaram por prestar esclarecimentos
relevantes acerca da responsabilidade de coautores e partícipes nos crimes, e
tendo em vista, ainda, que forneceram provas documentais… que não eram de
conhecimento das autoridades”.

Conforme os procuradores que fizeram o pedido, as defesas
têm até 20 de junho para contestar os argumentos do MPF. Depois da apresentação
das alegações de todos os envolvidos, o processo volta ao juiz Sérgio Moro, que
vai definir se condena ou absolve os réus.  

(Agência Brasil)

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