Fusão DEM-PSL acirra disputa para senador na chapa de Caiado

Criação do novo partido também pode influenciar destino do presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira

Postado em: 14-09-2021 às 08h54
Por: Marcelo Mariano
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Criação do novo partido também pode influenciar destino do presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira | Foto: Reprodução

As executivas nacionais do DEM e do PSL se reunirão no dia 21 de setembro para debater o processo de fusão entre ambos, o que criaria o maior partido de Goiás e um dos maiores do Brasil.

Comenta-se que o número deve ser o 25, que atualmente pertence ao DEM, mas a definição só sairá depois da reunião, assim como o nome do provável novo partido.

Em Goiás, um dos principais desdobramentos da fusão entre DEM e PSL será nas articulações para montagem da chapa do governador Ronaldo Caiado (DEM), mais especificamente a vaga de senador, uma vez que o ex-deputado federal e presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, caminha para ser o candidato a vice.

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Disputam a vaga ao Senado os seguintes nomes: Delegado Waldir (PSL), Alexandre Baldy (Progressistas), João Campos (Republicanos), Henrique Meirelles (PSD), Luiz Carlos do Carmo (MDB) e Wilder Morais (PSC).

Com a fusão, discute-se a possibilidade de o novo partido ter duas vagas na chapa governista, sendo uma do próprio Caiado e a outra do deputado federal e presidente do PSL em Goiás, Delegado Waldir.

Em um cenário em que o governo busca várias alianças para reforçar sua campanha à reeleição, ter o seu próprio partido com duas vagas na chapa majoritária pode afastar outras forças políticas.

Por outro lado, em razão da grande estrutura que o novo partido passaria a ter, sua presença em dobro na chapa governista seria justificada.

Nesse sentido, Delegado Waldir, que aparece bem-colocado em pesquisas internas, desponta como o nome mais cotado, no momento, para preencher a vaga de candidato a senador ao lado de Caiado.

Lissauer

Há duas semanas, o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (PSB), avançou em suas negociações com Alexandre Baldy, que comanda o Progressistas em Goiás, para se filiar ao partido.

Insatisfeito no PSB, Lissauer, que deve concorrer a deputado federal em 2022, já deixou claro em inúmeras ocasiões uma das condições para escolher seu novo partido: tem que estar na base de Caiado.

Com Lissauer no Progressistas, Baldy havia se fortalecido como candidato a senador na chapa governista. No entanto, a provável fusão entre DEM e PSL embaralhou de novo as cartas do jogo.

Se Baldy não tiver mais espaço com Caiado e se aliar à oposição, a ida do presidente da Assembleia Legislativa para o Progressistas pode ficar mais difícil.

Procurado pelo jornal O Hoje, Baldy disse que a maior parte do Progressistas defende a aliança com Caiado, mas não descartou a possibilidade de concorrer pela oposição.

“Preciso ter a decisão do partido, que não se faz somente na pessoa do presidente, mas de todo o grupo, para poder responder a sua pergunta [se cogita ser candidato ao Senado por uma chapa de oposição]”, afirmou.

Caso o Progressistas não caminhe junto com Caiado e Lissauer não se filie ao partido, o destino do presidente da Assembleia Legislativa pode ser justamente o que surgir da fusão entre DEM e PSL.

Há cerca de um mês, Delegado Waldir fez convite para Lissauer ir para o PSL e o deputado federal revelou à reportagem que conversou com o presidente da Assembleia Legislativa depois de sua aproximação com o Progressistas e do avanço da fusão com o DEM.

“Reforçamos o convite”, declarou o presidente estadual do PSL. “Lissauer tem que ficar atento para ir a um partido que tenha uma boa chapa, e a sigla que surgir da fusão com DEM é a que mais deve eleger deputados federais.”

Segundo Delegado Waldir, Lissauer afirmou que ainda não há definição. “Ele disse que vai pensar em todas as possibilidades e a decisão só deve ocorrer durante a janela partidária [em março de 2022].”

A reportagem tentou contato por telefone com o presidente da Assembleia Legislativa, mas, quando foi perguntado sobre suas negociações com o Progressistas, Lissauer disse que se encontrava “na estrada e a ligação estava ruim”. (Especial para O Hoje)

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