“As finanças municipais do dia a dia estão equilibradas”, afirma Iris Rezende

Após cautela, prefeito de Goiânia começa a promover ações pela cidade, como obras e mutirões

Postado em: 08-06-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Após cautela, prefeito de Goiânia começa a promover ações pela cidade, como obras e mutirões

Rubens Salomão e Venceslau Pimentel

Depois de praticamente cinco meses “recluso” na prefeitura, colocando a casa em ordem, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), avalia que o pior já passou, e que os mutirões marcam uma nova etapa administrativa, com a retomada de obras que estavam paradas e dar início a outras que o goianiense reivindica.

Em entrevista ao O HOJE, no Paço, na manhã de ontem (7), o peemedebista afirmou que as finanças municipais do dia a dia já estão equilibradas e as dívidas, de cerca de R$ 600 milhões, com fornecedores, serão discutidas posteriormente. A máquina administrativa, segundo ele, experimentava um descontrole incalculável, daí a tomada de medidas de ajustes. “Estamos reiniciando as obras que estavam paradas e vamos iniciar outras”, anunciou. Na entrevista, ela também comentou sobre a situação da Comurg.

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ENTREVISTA: IRIS REZENDE

Como o senhor avalia o mutirão realizado no último final de semana e os cinco meses à frente da Prefeitura de Goiânia?

A população viu o estado que eu recebi a prefeitura, com mais de R$ 600 milhões de dívidas com prestadores de serviços e obras paralisadas. A minha preocupação nestes cinco primeiros meses foi ajustar a máquina administrativa, que experimentava um descontrole incalculável. Fiquei praticamente isolado no gabinete [de prefeito], discutindo com a equipe sobre o que era possível ser feito para ajustar a máquina. Uma das primeiras medidas que tomei, assim como das outras vezes em que fui prefeito e governador, foi determinar que qualquer aquisição de produto para a prefeitura só aconteceria com o meu aval, ainda que seja algo simples. As finanças municipais do dia a dia estão equilibradas e as dívidas serão discutidas posteriormente, e estamos reiniciando as obras que estavam paradas e vamos iniciar outras. Sobre o mutirão, a prefeitura não realiza apenas ações de limpeza, mas também reformas nas unidades de saúde e escolas municipais da região beneficiada. Os materiais utilizados  no mutirão foram pagos à vista, como tudo que é adquirido hoje, porque o custo para o Poder Público é de 1/3 em relação ao pagamento a prazo. Por exemplo, as duas empresas que ganharam licitação para fornecer máquinas e veículos para a limpeza e a firma responsável pelo fornecimento de massa asfáltica suspenderam os serviços três meses antes [da posse] por estarem com valores a receber, em torno de R$ 130 milhões. Posteriormente chamei elas para propor que mantivessem o serviço recebendo dentro do prazo a partir deste ano, o que concordaram. E aqui não estou computando os mais de R$ 200 milhões por não repassarem as contribuições para o IMAS [assistência médica], o IPSM [previdência complementar] e às instituições bancárias de crédito consignado, apesar do desconto na folha de pagamento dos servidores, algo que considero um crime de responsabilidade. 

Prefeito, esse cenário de terra arrasada que o senhor relata por si só derruba a tese de seu antecessor [Paulo Garcia (PT)], que alega ter deixado R$ 1 bilhão nos cofres municipais?

Não sei onde estava quando fez essa afirmação. Ele não tinha ideia do que se passava, tanto é que levei em à Câmara [Municipal], na minha última visita, um boletim fiscal do dia 31 de março de 2010, quando renunciei ao mandato de prefeito para disputar o governo de Goiás [Garcia era vice de Iris], atestando que deixei mais de R$ 170 milhões em caixa, sem nenhum centavo de dívida, enquanto agora estou lidando com um passivo de mais de R$ 600 milhões.

Qual é a situação do déficit anunciado de R$ 30 milhões mensais?

O meu trabalho aqui tem sido para zerar o déficit, tomando atitudes de toda ordem para economizar. Eu administro com o controle financeiro nas mãos e recebo diariamente um boletim com a situação fiscal. Em relação ao meu antecessor, prefiro não ficar comentando, mas quando o faço, é para corrigir equívocos veiculados.

Prefeito, como está a questão da dívida? O montante ainda é de mais de R$ 600 milhões?

Continua do mesmo jeito, mas a renegociação [com prestadores de serviços] começará a ser feita no próximo semestre.

A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) ainda é viável ou é melhor privatizar os serviços de limpeza e zeladoria urbana?

Eu estou lutando para viabilizar a Comurg. O Tribunal de Contas [dos Municípios (TCM)] nos ajudou a corrigir muitos equívocos que estavam sendo realizados. Evitei levar a público certas decisões tomadas para não humilhar ninguém, mas continuo adotando medidas para economizar o dinheiro público.

O senhor pensa em fazer uma reforma administrativa para diminuir o número de secretarias?

A estrutura administrativa aprovada em 2015, por exemplo, tem três secretarias extraordinárias. Eu fiz uma reforma por conta própria ao não nomear ninguém para elas, e olhe que teve gente me procurando com interesse nelas. Meu estilo de governar é outro. Saiu um secretário [o vereador Felisberto Tavares (PR), que deixou a Secretaria Municipal de Trânsito e Mobilidade (SMT) em maio] e eu nomeei meu chefe de gabinete [Luiz Fernando Santana] para exercer o cargo.

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