Deputado costura com DC e pode representar extrema-direita na disputa pelo Senado

Estima-se que já no mês que vem sejam definidos os nomes que irão compor a chapa do partido no pleito de 2022

Postado em: 18-09-2021 às 08h49
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Deputado costura com DC e pode representar extrema-direita na disputa pelo Senado
Estima-se que já no mês que vem sejam definidos os nomes que irão compor a chapa do partido no pleito de 2022 | Foto: Reprodução

O deputado Paulo Trabalho (PSL) pode engrossar a corrida pelo Senado no ano que vem. Há pouco mais de um ano do pleito, grande parte das articulações dos interessados pela ‘alta cúpula’ do Congresso estão a um passo de serem findadas. O mesmo acontece entre os membros da frente conservadora goiana. As conversações seguem avançadas no sentido de formar um grupo  forte para as eleições que se aproximam. 

Nessa esteira é que o nome de Trabalho ganhou musculatura em meio a ala bolsonarista. O protagonismo se deve à defesa aguerrida não apenas do presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem partido), como também das pautas mais conservadores. 

Atualmente filiado ao PSL, o parlamentar não apresenta nenhuma queixa direta a seu partido de origem, porém, é sabido que na atual sigla não há espaço para o seu projeto ao Senado. Isso porque o principal dirigente do PSL em Goiás, deputado federal Delegado Waldir, tenta viabilizar sua candidatura — especialmente ante a possibilidade de fusão entre DEM e PSL prevista, nos bastidores, para um futuro não muito distante. 

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Diante do afunilamento dos interesses político-partidários dos demais concorrentes, rumores de que o deputado deve se filiar ao DC na abertura da janela partidária do ano que vem ganham cada vez mais musculatura. Vários motivos explicam a aproximação voluntária de ambas as partes. O primeiro, o evidente alinhamento ideológico do parlamentar com as pautas defendidas pelo grupo liderado por Alexandre Magalhães e Gustavo Gayer. 

A defesa incisiva do presidente também é avaliada com prestígio. As manifestações registradas no último 7 de Setembro deixaram ainda mais evidente a lealdade do estadual a seu líder. Outro fator seria que o DC é o partido político que mais tem buscado viabilizar estrutura para o projeto político de Trabalho. 

Procurado para comentar essa possível composição, Trabalho disparou: “Realmente, além de um grande alinhamento, tenho conversado com as lideranças do partido [DC]. Havendo o entendimento do grupo de que posso ser o nome da direita conservadora ao Senado, estou pronto para a briga”. 

Na interpretação do parlamentar, o “povo clama” por alguém que tenha “coragem” para enfrentar os abusos do Supremo Tribunal Federal (STF). Isso a gente já provou que está pronto para fazer. Nas manifestações, em Brasília, eu estava ali, pronto para ser preso a qualquer momento, mas em nenhum momento deixei de fazer o que deveria”, argumentou. 

O deputado ainda argumenta que não há, dentre os nomes prováveis da disputa, nenhum representante da ala conservadora. “Pelo contrário, temos nomes que votaram favorável à prisão do Daniel Silveira [Deputado federal preso pela promoção de supostos ataques ao STF], por exemplo.  A sociedade quer alguém que não se acovarde, alguém firme no propósito de colocar o Supremo  em seu devido lugar”.  

A estimativa é que a composição da chapa seja anunciada já no mês de outubro. O time tende a se projetar na eleição goiana como representantes da extrema direita e também como fiéis escudeiros do presidente Bolsonaro. “Nenhum dos nomes que aí estão representam verdadeiramente as bandeiras da família, da  pátria e de Deus. Temos chance real nessa disputa se tudo caminhar no sentido que estimamos”. 

Em entrevista à reportagem do jornal O Hoje, Alexandre Magalhães, presidente do DC em Goiás, endossou: “Historicamente fomos o partido que mais cresceu sem fundo eleitoral. Na eleição passada fomos o sexto partido mais bem votado, perdendo apenas para as grandes siglas que sempre despontaram. Fizemos o dever de casa mesmo sem dinheiro. Dessa vez, vamos além, estimamos eleger mais nomes e terminar, ao menos, como o quinto mais votado”.

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