Fusão deve afastar deputados do PSL, mas não do Democratas

Os dois partidos estão em negociações avançadas e tendem a se tornar um só até outubro, o que certamente terá impacto no cenário da política goiana

Postado em: 22-09-2021 às 08h23
Por: Marcelo Mariano
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Os dois partidos estão em negociações avançadas e tendem a se tornar um só até outubro, o que certamente terá impacto no cenário da política goiana | Foto: Reprodução

Em mais um capítulo da a fusão entre Democratas e PSL, a executiva nacional do DEM se reuniu, em Brasília, na terça-feira (21), e deu mais um passo para selar a aliança. A executiva nacional do PSL deve se reunir ainda esta semana.

Uma vez confirmada a fusão, provavelmente em outubro, o novo partido já nasce como uma grande estrutura. A nível nacional, terá a maior bancada da Câmara dos Deputados e uma das maiores fatias dos fundos partidário e eleitoral.

No cenário goiano, será possível classificá-lo como o maior do estado devido à quantidade de prefeitos e deputados, além da presença do governador Ronaldo Caiado (DEM).

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Mudanças

Em condições normais, deputados estaduais e federais têm que esperar a janela partidária, em março de 2022, para mudar de partido, o que não se aplica a senadores e chefes do Executivo, como prefeitos e governadores.

No entanto, no caso de fusões, os parlamentares podem deixar o partido antes da janela partidária sem risco de perder mandato. O novo partido também pode receber novas filiações antes de março do ano que vem.

Em Goiás, não deve haver mudanças em relação aos deputados do DEM. A tendência é a de que os dois federais (Zacharias Calil e Zé Mário Schreiner) e os cinco estaduais (Álvaro Guimarães, Chico KGL, Dr. Antonio, Iso Moreira e Tião Caroço) acompanhem Caiado.

A situação do PSL é diferente. Dos principais políticos com mandato, apenas o deputado federal Delegado Waldir e o vereador de Goiânia Lucas Kitão sinalizam a intenção de permanecer.

Delegado Waldir busca consolidar sua candidatura a senador, enquanto Lucas Kitão, pré-candidato a deputado federal, pode ser o presidente do diretório metropolitano do novo partido, conforme informações de bastidores. Caiado, vale lembrar, será o presidente estadual.

Fiel escudeiro do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o deputado federal Vitor Hugo já indicava sua saída do PSL independentemente da fusão. Ele acompanhará Bolsonaro no partido que o presidente escolher se filiar para concorrer à reeleição em 2022.

Os três deputados estaduais do PSL (Delegado Humberto Teófilo, Major Araújo e Paulo Trabalho) são de oposição a Caiado, sendo os dois primeiros de forma mais declarada. Com a fusão, portanto, dificilmente permanecerão no mesmo partido do governador.

A reportagem do jornal O Hoje apurou que Major Araújo, por exemplo, já está à procura de um novo abrigo. Sua condição é a de que não seja um partido da base caiadista. Caminhar ao lado do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (de saída do MDB), é uma das opções.

Nacional

Ex-filiado ao PSL, o presidente Jair Bolsonaro entrou em cena para tentar barrar a fusão. Bolsonaro escalou para a missão o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), que preside o Progressistas, mas não obteve sucesso.

O novo partido já anunciou que lançará um candidato a presidente pela chamada terceira via, ou seja, aqueles que não querem nem Bolsonaro, nem o ex-presidente Lula (PT).

Os principais nomes são o apresentador José Luiz Datena (PSL), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o presidente do Senado (DEM), Rodrigo Pacheco, que pode eventualmente se filiar ao PSD.

Há quem defenda a candidatura de Ronaldo Caiado, que já disputou a Presidência em 1989 e tem experiência acumulada no Congresso Nacional como representante da centro-direita, mas, no momento, o governador está com as atenções voltadas para a sua reeleição em Goiás. (Especial para O Hoje)

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