Câmara avalia medidas administrativas contra ‘fantasmas’

Reportagem denunciou, na edição da última terça-feira, 21, a manutenção de fantasmas ligados ao vereador licenciado e atual secretário de Desenvolvimento e Economia Criativa de Goiânia, Paulo Henrique da Farmácia

Postado em: 22-09-2021 às 08h28
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Câmara avalia medidas administrativas contra ‘fantasmas’
Reportagem denunciou, na edição da última terça-feira, 21, a manutenção de fantasmas ligados ao vereador licenciado e atual secretário de Desenvolvimento e Economia Criativa de Goiânia, Paulo Henrique da Farmácia | Foto: Reprodução

Um clima tenso pairou sobre a Câmara Municipal de Goiânia na última terça-feira (21/09) após o jornal O Hoje revelar, com exclusividade, a manutenção de funcionários fantasmas ligados ao secretário de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec), Paulo Henrique da Farmácia (PTC). 

Conforme mostrado pela reportagem, apesar do licenciamento do vereador para dirigir a pasta à convite da prefeitura de Goiânia, os comissionados continuaram vinculados ao gabinete do seu primeiro suplente, vereador Célio Silva (PTC), que tomou posse em abril de 2021. 

Os salários recebidos por cada um deles são de até R$ 5 mil. Porém, ao invés de atenderem aos interesses relativos à rotina parlamentar, os envolvidos foram flagrados desempenhando atividades distintas durante todo o período de investigação. 

Continua após a publicidade

Procurado pela reportagem, na última terça-feira, para esclarecer o papel dos cargos comissionados lotados em seu gabinete, o vereador Célio Silva preferiu não comentar a situação. O mesmo comportamento foi repetido pelo presidente do Legislativo, Romário Policarpo (Patriota). O vereador foi procurado, mas, por meio de sua assessoria, informou que só se posicionará em momento oportuno.

Conforme apurado pelo jornalismo do O Hoje, a Casa já se inteirou sobre a situação funcional de cada um dos servidores envolvidos e avalia, agora, as medidas administrativas que poderão ser tomadas nos próximos dias. Também há relatos de que alguns vereadores já teriam conversado tanto com o vereador licenciado como seu suplente a respeito do assunto.

Um parlamentar ligado ao secretário afirmou, em off, que Paulo Henrique está cabisbaixo diante da ampla repercussão da matéria entre os colegas. “É algo muito pesado. Ele está entristecido e não teria como ser diferente”, afirmou. Ao conceder entrevista, por telefone, ainda na fase de apuração da matéria, Paulo Henrique afirmou que todos os servidores lotados no gabinete trabalham para ele. 

Diante da afirmação, a reportagem quis saber se os nomeados citados no texto trabalham para o secretário ou para o gabinete, atualmente do vereador Célio Silva, e ele respondeu: “é a mesma coisa. Trabalham pro gabinete, o gabinete 18”. Na sequência ele disse que cabe a quem acusa provar suas acusações. 

Questionado, o vereador Mauro Rubem (PT), por sua vez, falou abertamente sobre o assunto. Ao comentar a situação, o petista se mostrou indignado: “Isso desgasta o Parlamento. É uma resposta que o próprio vereador licenciado deve dar. Particularmente, abomino essa atitude. Não vejo sentido algum pegar uma estrutura constitucional e usá-la em prol de questões pessoais. (…) Discordo profundamente, vejo esse fato muita tristeza. Espero que haja, inclusive, cada vez mais fiscalização e monitoramento”.

Já o representante do prefeito na Casa de Leis, vereador Sandes Jr (PP) disse não “responder” sobre isso. “Quem tem que responder é o vereador” e de igual modo completou: “O prefeito também não tem nada a ver com funcionário de vereador”.

Veja Também