“Não é um plano de saúde, é um plano macabro de morte”, diz Renan Calheiros sobre a Prevent Senior
Representante da operadora de planos de saúde foi ouvido na CPI da Covid-19 na tarde desta quarta-feira e enfrentou duras críticas dos senadores
Por: Giovana Andrade
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O senador Renan Calheiros (MDL-AL), relator da CPI da Covid-19, criticou fortemente, nesta quarta-feira (22/09), a postura da operadora de planos de saúde Prevent Senior no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
A operadora é acusada de prescrever, sem o consentimento dos familiares e dos pacientes, medicamentos ineficazes no tratamento do novo coronavírus. Nesta tarde, o colegiado ouve o diretor-executivo da empresa, o médico Pedro Benedito Batista Júnior.
Calheiros afirmou que a Prevent não é um plano de saúde. “É, na verdade, um plano macabro, de morte. E tinha a ousadia e pretensão de mudar a medicina do mundo com um estudo que foi vazado por Eduardo Bolsonaro”, disparou.
O senador classificou as denúncias colhidas pela CPI como “estarrecedoras”. “Se formos consultar o dicionário da Língua Portuguesa, vamos constatar que prevenção é sinônimo de prudência, diligência, previdência, mas, depois dessas informações estarrecedoras que vimos nos últimos dias e vimos hoje aqui, lamentavelmente, constatamos que essa Prevent não é um plano de saúde”, criticou.
Após esta fala de Calheiros, o representante da empresa rebateu o senador: “O senhor está desrespeitando três mil médicos, 15 mil funcionários e 550 mil famílias”.
O senador Humberto Costa (PT-PE), em concordância com Calheiros, chamou de criminoso o representante da empresa. “Quem permite que isso aconteça, que se faça isso com pacientes é criminoso. Foram 700 pacientes pesquisados que tiveram a autorização, mas mais de seis mil foram pesquisados sem que autorização tivesse. Até hoje, a Prevent dá cloroquina para quem chegar lá”, afirmou.
Os senadores acusam a operadora de saúde de realizar, sem o consentimento dos pacientes, estudos sobre a eficácia de medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina, já comprovadamente ineficazes, em pacientes infectados pelo novo coronavírus. A empresa teria o protocolo de administrar esses medicamentos, sem comprovação de eficácia para o tratamento da Covid-19, com assistência do governo federal.
O depoente negou negou todas as acusações e culpou ex-médicos da empresa.
“Ex-médicos da Prevent manipularam dados de uma planilha interna de acompanhamento de pacientes para tentar comprometer a operadora. Esses profissionais então, já desligados, passaram a acessar e editar o referido arquivo culminando no compartilhamento da advogada Bruna Morato em 28 de agosto”, afirmou Pedro Benedito.
Bruna Morato é a advogada que teria, supostamente, apresentado à CPI as denúncias de irregularidades nos estudos conduzidos pela operadora.