Fernando Henrique Cardoso defende criação de frente ampla contra Bolsonaro

Ex-presidente defende entende ainda que PSDB deve participar das manifestações

Postado em: 23-09-2021 às 15h27
Por: Maria Paula Borges
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Ex-presidente defende entende ainda que PSDB deve participar das manifestações | Foto: Reprodução

O ex-presidente da república, Fernando Henrique Cardoso, entende que o PSDB deve participar das manifestações dos partidos em oposição ao atual governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Embora o partido tenha decidido recentemente que será oposição ao governo, há contrariedade nas bancadas de deputados e senadores, portanto a declaração difere da postura dos líderes tucanos que sinalizam que existe resistência interna em relação a adesão aos atos juntamente com o PT, entre outras siglas.

O apoio de alguns parlamentares do PSDB se dá por muitos serem de estados ruralistas e sofrem pressão de eleitorado conservador e evangélico. A participação nos protestos contra Bolsonaro foi definida em reunião de partidos de esquerda como PT, PSOL, PCdoB, PDT e PV, além de outros de centro, como Cidadania, Rede e Solidariedade. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também deve marcar presença.

Para o líder tucano, ainda que haja discordância entre as siglas, é possível criar uma frente ampla de partidos contra o atual governo brasileiro, mesmo que haja participação do PT não é impeditivo conforme Fernando Henrique. “É bom que se crie uma frente ampla. Que haja diversidade de opiniões, mas que sejam todas a favor da democracia. Eu não discrimino (o PT). O PT não é intrinsicamente contra a democracia. Nunca foi. O governo do PT muitas vezes dava a sensação de (ser). Mas não há um sentimento genuíno do PT de ser contra a diversidade de opiniões”.

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De acordo com o ex-presidente, o governo Bolsonaro ameaça a democracia em atos de raiz golpista, como o do 7 de setembro, mas que não há risco de ruptura institucional. “Mesmo que ele (Bolsonaro) queira é difícil dar golpe no Brasil. Não conheço Bolsonaro, nunca o vi na vida, nem desejo. Mas acho que tem uma mentalidade simplista. Mesmo que tenha essa ideia não vai conseguir. Se não tiver um programa que contemple a maioria da população é difícil que a coisa avance”, disse.

As prévias presidenciais do PSDB para as eleições de 2022, Cardoso afirma que o candidato indicado pela sigla para a corrida pelo Palácio do Planalto terá condições de vencer as eleições caso seja capaz de unir o país e nacionalizar seu nome. A disputa interna está afunilada entre os governadores João Dória, de São Paulo, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul.

O ex-presidente admite sua proximidade com o governador de São Paulo, mas avalia que Leite é um forte candidato. Recentemente, o paulista divulgou um vídeo em que o ex-presidente declara apoio.

Segundo Fernando Henrique, ele irá apoiar aquele que ‘tiver maior capacidade de agregar opinião nacional’, não dispensando a possibilidade de um terceiro possível candidato na disputa. “O Leite é bom. Mas eu conheço mais o Doria. Tenho uma relação pessoal com o Doria. E ele tem demonstrado. Ele é democrático. E o Leite também parece ter capacidade de governar. Eu fui presidente. Sei como é isso. Quem quiser impor uma particularidade não vai conseguir. Não vai ter apoio. Precisa transitar melhor na diversidade brasileira. Se for capaz disso, vai ter o meu voto”, concluiu.

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