Carlos Bolsonaro foi apontado como chefe de organização criminosa; entenda o caso
O órgão alega que a organização criminosa comandada por Carlos Bolsonaro teria seis núcleos de atuação.
Por: Victoria Lacerda
Filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está sendo alvo de investigação por supostas práticas de rachadinha e nomeação de funcionários fantasmas em seu gabinete na Câmara dos Vereadores. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) informou à Justiça fluminense ter “indícios suficientes” de desvio de dinheiro público no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) na Câmara Municipal, através da nomeação de funcionários fantasmas entre 2001 e 2019.
Na autorização de quebra dos sigilos bancário e fiscal de Carlos Bolsonaro, o juiz Marcelo Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), sustentou que identificou “indícios rotundos de atividade criminosa em regime organizado” cometidos pelo filho do presidente.
O órgão alega que a organização criminosa comandada por Carlos Bolsonaro teria seis núcleos de atuação. O primeiro seria o de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-chefe de gabinete do vereador, e segunda esposa do atual presidente.
Segundo o jornal O Globo, entre novembro de 2013 e dezembro de 2019, Diva da Cruz Martins foi 58 vezes à Câmara de Vereadores, todas para visitar o gabinete de Carlos. As visitas eram rápidas, aconteciam mensalmente e sempre nos primeiros dias do mês.
Durante todo esse período, Diva não constava como funcionária do vereador, o que só aconteceu entre fevereiro de 2003 e agosto de 2005.
“Há indícios de que as condutas evidenciadas possam configurar crimes de peculato-desvio. Contudo, a tipificação penal definitiva, a definição da abrangência e a responsabilidade penal de todos os agentes só serão possíveis após o afastamento dos sigilos e análise dos dados bancários do vereador e dos assessores nomeados por ele no curso de seu mandato, assim como dos demais alvos”, afirmou o MP-RJ ao UOL.