Após apreciar Código Tributário, Câmara discute reeleição da mesa

A eleição, que havia sido escanteada na Casa de Leis, ganhou musculatura paralelamente à chegada do novo Código Tributário ao Parlamento

Postado em: 30-09-2021 às 08h45
Por: Felipe Cardoso
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A eleição, que havia sido escanteada na Casa de Leis, ganhou musculatura paralelamente à chegada do novo Código Tributário ao Parlamento | Foto: Reprodução

O Diário Oficial do município trouxe, em sua edição do dia 28 de setembro, a convocação de uma sessão especial para renovação da mesa diretora  da Câmara Municipal de Goiânia. O encontro, previsto para às 15h, da próxima quinta-feira, 30, tende a ser marcado pela recondução do atual grupo encabeçado pelo vereador Romário Policarpo (Patriota) para o biênio de 2023/2024. 

Conforme apurado pela reportagem do jornal O Hoje, 34 dos 35 vereadores deverão se manifestar favoráveis à manutenção da atual composição política que será acrescida da figura de um quarto vice-presidente da mesa diretora. Outra leitura obtida com exclusividade pela reportagem é de que a vaga em questão deverá ser preenchida pela vereadora Leia Klébia (PSC). “Há, de certa forma, um consenso a respeito desse nome”, revelou um dos parlamentares ouvidos pela reportagem. 

A alteração no regimento interno da Câmara que permitiu a realização da eleição antecipada, também prevê que o ato seja convocado a qualquer momento, desde que comunicado com o mínimo de 48 horas de antecedência. Feito isso, a expectativa, agora, é de que o grupo de Policarpo seja reeleito o quanto antes.  

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A sessão foi marcada para o período da tarde justamente para evitar uma análise simultânea com o projeto do novo Código Tributário em “caso de algum imprevisto que leve a Câmara a votar o assunto na quinta de manhã”. “Trata-se de uma margem de segurança. Uma estratégia adotada pensando em um eventual imprevisto”, revelou uma fonte ligada à mesa.  

À reportagem, um parlamentar considerou também que a ampliação das funções nas comissões, conforme aprovado no bojo do projeto que permitiu a antecipação da eleição, ajuda o prefeito a construir uma base ainda mais sólida na Casa de Leis e, consequentemente, ampliar a margem de segurança no que diz respeito à aprovação de projetos importantes na Câmara.  

Outra a falar sobre o assunto foi a vereadora Aava Santiago (PSDB). Questionada, sobre a possibilidade de haver interesses mútuos no que diz respeito à aprovação tanto do Código Tributário — de interesse da prefeitura — quanto da antecipação da eleição — de interesse do grupo que comanda a Câmara — a vereadora negou.  

“Não vejo nenhuma relação e tenho dito isso desde o começo. Se analisarmos o cenário como um todo, perceberemos que os principais críticos do Código Tributário, como os vereadores Mauro Rubem [PT] e Santana Gomes [PRTB], por exemplo, compõem o grupo que possivelmente será reconduzido”, considerou.  

Na contramão está o vereador Lucas Kitão, único opositor ao movimento. Para ele, a recondução “só deixa claro a inversão de prioridades existente no Parlamento”. “Eu tenho apontado isso desde o início”. Diferentemente do que tem sido afirmado pela maioria dos pares, Kitão acredita que “com certeza” há interesses mútuos na aprovação de ambas as matérias em intervalos de tempo tão reduzidos. “É lamentável”, pontuou o vereador. 

Vale lembrar que, recentemente, o vereador ajuizou uma ação contrária à antecipação do pleito. A ação foi protocolada na 4ª Vara de Fazenda Pública de Goiânia. Kitão tem chamado atenção para a inconstitucionalidade do movimento intitulado, por ele, como uma espécie de manobra política.

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