Reforma do secretariado deve dar espaço ao MDB no governo

Após aliança com Caiado, já há emedebistas na gestão, mas ainda não em cargos de primeiro escalão

Postado em: 06-10-2021 às 09h07
Por: Marcelo Mariano
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Após aliança com Caiado, já há emedebistas na gestão, mas ainda não em cargos de primeiro escalão | Foto: Reprodução

Com a aliança entre DEM e MDB, que definiu Daniel Vilela como candidato a vice na chapa do governador Ronaldo Caiado em 2022, há uma expectativa de que emedebistas possam ocupar cargos de primeiro escalão após a reforma do secretariado.

Essa expectativa é compartilhada tanto por membros do próprio MDB quanto por pessoas próximas a Caiado, que já estaria pensando em quais pastas os emedebistas poderiam ocupar.

No evento que sacramentou a aproximação entre DEM e MDB no final de setembro, Daniel disse, em resposta a uma pergunta da reportagem do jornal O Hoje durante coletiva de imprensa, que não havia, naquele momento, intenção de já começar a participar de decisões do governo.

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“Essas decisões são de quem faz parte do governo tecnicamente dizendo”, ressaltou o presidente do MDB em Goiás. “Mas o MDB com certeza vai participar das decisões políticas dessa aliança e vai colaborar com tudo aquilo que o governador acreditar que nós possamos colaborar.”

Poucos dias depois, dois emedebistas, Carlos Júnior e Murilo Ulhôa, foram nomeados para funções de assessoria especial. Essas nomeações, na avaliação de aliados de Daniel, “não eram esperadas”, mas foram “pontuais, de pessoas operacionais”.

Esses dois cargos, é verdade, não fazem parte do primeiro escalão. No entanto, com a iminente reforma do secretariado, é “mais provável” que o MDB ocupe esse espaço.

Há três nomes que devem deixar suas funções para disputar eleições no ano que vem: o secretário de Governo, Ernesto Roller, o de Indústria, Comércio e Serviços, José Vitti, e o presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), Renato de Castro.

Além disso, há secretários que acumulam duas pastas. São os casos de Ismael Alexandrino (Saúde e Ipasgo), Pedro Salles (Goinfra e Agehab) e César Moura (Cultura e Retomada).

Em outras palavras, deve haver pelo menos seis secretarias em disputa. Às vésperas de uma eleição, é natural que os nomes sejam mais políticos, e outros partidos também tendem a querer espaço, principalmente aqueles que buscam a vaga de senador na chapa caiadista, como Progressistas e PSD.

A reforma do secretariado tem que ocorrer no máximo seis meses antes das eleições, ou seja, em abril do ano que vem. Porém, setores da base governistas pressionam para que ela ocorra antes com o objetivo de evitar que secretários possam ter ganhos políticos enquanto estiverem em seus cargos. A atual base também tem se movimentado para não perder muito espaço diante da chegada de novos aliados.

Ex-vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano argumenta que o MDB tem bons nomes à disposição. Para ele, é “normal” que o partido ocupe “algum espaço no governo para ajudar o governador”.

Por sua vez, o ex-deputado federal Euler Morais ressalta que a participação no governo deve obedecer a uma “estratégia pragmática”. “É preciso ter um propósito. O MDB tem marca em algumas áreas e já estamos conversando sobre quais contribuições podemos dar.”

De acordo com os dois, ainda não há uma definição quanto aos nomes que o partido indicará. Pela legislação eleitoral, contudo, uma coisa é certa: para comandar uma secretaria a partir de abril, o titular da pasta não poderá ser candidato nas eleições de 2022.

Euler Morais afirma que não tem projeto eleitoral para o ano que vem, mas que “não teria motivação se fosse para ocupar um cargo apenas por ocupar”.  E Agenor Mariano alega que ainda não participou de reuniões sobre o assunto. “Nem do ponto de vista do partido, nem do ponto de vista do meu nome.” (Especial para O Hoje)

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