Goianiense pagou R$ 8,4 mil por dia para cada gabinete até setembro

Levantamento do jornal O Hoje considerou gastos com Folha de Pagamento, de efetivos e comissionados, energia elétrica, telefone e combustível

Postado em: 08-10-2021 às 08h18
Por: Redação
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Levantamento do jornal O Hoje considerou gastos com Folha de Pagamento, de efetivos e comissionados, energia elétrica, telefone e combustível | Foto: Reprodução

Por Yago Sales

Para garantir decisões importantes para o cotidiano de 1.5 milhão de habitantes de Goiânia, a Câmara Municipal de Goiânia, com seus 35 vereadores, gastou entre janeiro e setembro deste ano uma cifra milionária: R$ 80.857.834. O valor é 5,56% superior ao gasto comparado com o mesmo período do ano passado, quando a Casa Legislativa custou ao contribuinte R$ 76.601.775,9 milhões. A previsão é que os gastos podem aumentar, tendo em vista que em todo o ano passado a Câmara desembolsou R$115.754.360 milhões.

Na somatória feita a partir de levantamento feito pelo jornal o Hoje no Portal da Transparência da Câmara, a Casa custou R$ 296 mil por dia aos cofres públicos. Enquanto isso, cada um dos 35 gabinetes de vereadores gastaram em média diariamente R$8.462 à população desde que assumiram o mandato no dia 1° de janeiro, nos últimos 273 dias. 

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De janeiro a setembro, a Câmara desembolsou R$10.862.723 com despesas relacionadas a contas de energia, água, telefone e combustível.  Já os custos com pessoal – comissionados e efetivos -, segundo o Portal da Transparência, chegaram a R$69.995.110,61. Neste período, a população pagou apenas de salário aos 35 vereadores quase 5 milhões – mais especificamente R$4.955.552,42.

População espera mais atuação de parlamentares 

Mesmo assim, cidadãos goianienses entrevistados pelo jornal o Hoje criticam os valores que o contribuinte goianiense precisa desembolsar para manter a Casa Legislativa em funcionamento. “Parece até palhaçada. Eu sei que muita coisa passa por ali, muitas decisões, mas é um esculacho ver o tanto que há regalias entre eles”, disse Ana Maria Couto, de 36 anos, moradora do Centro de Goiânia. “Eu já fui lá ver o trabalho deles, mas não vejo razão para esses gastos monstruosos. Sei que tem bons trabalhos, mesmo assim defendo uma reforma administrativa urgentemente”, diz ela, se desviando dos terrões que se formam ao redor da Casa Legislativa. 

O operador de combustíveis Ronei Moreira Mendonça, 41 anos, é contundente ao criticar o trabalho dos parlamentares em comparação aos custos que isso gera para o bolso do goianiense. “Não vejo diferença nenhuma no trabalho exercido pela Câmara. Não adianta ficar preso no gabinete.” Para ele, o vereador precisa ser mais atuante para justificar os gastos milionários à manutenção dos mandatos. “São muitas promessas de campanha não cumpridas. Eles pensam que a população esquece”, garante ele, em  uma loja na Avenida Anhanguera, atrás da máscara, óculos escuros e um boné.

Outra eleitora goianiense, a vendedora Gilmara da Silva, de 34 anos, reclama da falta de presença dos parlamentares nas ruas de Goiânia. Para ela, eles deveriam estar ao lado do povo “para sentir a necessidade da população”. “Pensar só dentro do gabinete não resolve”, diz.

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