“Não há como falar em prazo”, diz prefeito sobre obra na Marginal Botafogo

Segundo chefe do Executivo, o principal entrave estaria relacionado às ações de despejo. Seinfra, no entanto, chama atenção para remanejamento da parte elétrica.

Postado em: 14-10-2021 às 08h10
Por: Felipe Cardoso
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Segundo chefe do Executivo, o principal entrave estaria relacionado às ações de despejo. Seinfra, no entanto, chama atenção para remanejamento da parte elétrica. | Foto: Reprodução

As obras que envolvem o complexo viário da Marginal Botafogo caminham a passos largos rumo ao seu primeiro ano de atraso. Lançadas ainda na gestão do emedebista e ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende, a intervenção em uma das principais vias que cortam a cidade foi anunciada sob a promessa de escoamento rápido do trânsito, especialmente em horários de pico. 

Conforme já mostrado pela reportagem do jornal O Hoje, para além do complexo, a prefeitura ainda toca obras de prolongamento da marginal entre as Avenidas Segundas Radial, na Vila Redenção, e Jamel Cecílio, no Jardim Goiás. Estão 97% executadas. Apesar do estágio avançado em que o projeto como um todo se encontra, o resultado prático dessas obras ainda se limita ao imaginário dos interessados: os goianienses. 

Ao contrário do que se esperava, o que se vê hoje, especialmente por volta das 18h em dias de semana, é um trânsito lento tomado por motoristas que buscam levar vantagem entre as estreitas ruas dos bairros adjacentes ao projeto. 

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Durante passagem pela Câmara Municipal de Goiânia para prestação de contas do primeiro quadrimestre de 2021, o prefeito da capital, Rogério Cruz (Republicanos) foi questionado sobre a entrega da estrutura, mas a resposta foi um tanto quanto desanimadora: “Não há como se falar em prazo”. 

Na ocasião, o prefeito explicou que o entrave não estaria ligado à prefeitura, mas que se trata, na verdade, de problemas judiciais. “Todas as obras deixadas pela gestão passada estão tendo continuidade. Isso foi uma promessa de campanha. Quanto à Marginal Botafogo, a expectativa é muito grande em entregar o mais rápido possível, mas temos algumas situações, nas alças de entrada ou saída, onde precisamos desabrigar alguns imóveis e é aí que vem a complicação”, disse o gestor.

Em seguida, Cruz completou: “Tivemos um caso onde havia ali um imóvel. Nós solicitamos a retirada a partir de um mandado [judicial] que tínhamos, mas a pessoa entrou novamente [na Justiça] contra a prefeitura e tivemos que esperar uma nova ação. Tudo isso faz com que a condução desse projeto leve mais tempo”.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) também foi procurada pela reportagem. Segundo a pasta, as obras seguem em andamento e nunca estiveram paralisadas. Quanto ao que ainda resta para ser concluído, a Seinfra informou que os trabalhos estão concentrados nas alças de acesso e deslocamento dos postes de energia.

Sobre os entraves, no entanto, a Secretaria associou ao remanejamento da parte elétrica por parte da Enel. E concluiu, depois, que não há previsão para liberação ainda que parcial do trânsito. Apesar das declarações do prefeito, a Seinfra informou que a conclusão da obra, que está 88% executada, está prevista para dezembro. 

“Os serviços estão caminhando com regularidade, mas em junho tivemos um contratempo com a chuva, que não estava prevista para aquela época e levou o escoramento da obra. Mas tudo foi rapidamente contornado e seguimos trabalhando diariamente para entregar a obra completa com a rotatória no nível da Alameda Leopoldo de Bulhões e a trincheira da Marginal Botafogo até a Avenida 2ª Radial”, disse o titular da Seinfra, Fausto Sarmento, ao O Hoje.

A última sinalização no que diz respeito aos prazos foi divulgada em 25 de agosto pela prefeitura de Goiânia que, na ocasião, estimou a liberação do trânsito na região para o final de setembro. O prolongamento da via é parte da contrapartida da administração municipal no contrato celebrado com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para execução do Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns.

As obras do trecho Sul/Norte da Marginal Botafogo envolvem, além do prolongamento da via, ações de recomposição do leito do córrego Botafogo e obras de drenagem nas vias laterais à pista, no Jardim Goiás. O novo trecho da Marginal conta com 1,7 quilômetro de extensão e vai da Avenida Jamel Cecílio, no Jardim Goiás, até a Avenida Segunda Radial, no Setor Pedro Ludovico.

Além da extensão da Marginal, a obra consiste também na construção de um elevado na Avenida Jamel Cecílio — único inaugurado até o momento — um viaduto no nível e uma trincheira. O padrão é o mesmo do construído no cruzamento das avenidas T-63 e 85, entre os setores Bueno e Bela Vista da capital.

O elevado na Jamel Cecílio foi pensado com o intuito de promover fluxo direto para as pessoas que querem atingir a BR-153, a GO-020 ou os bairros e condomínios da região. Já a Marginal Botafogo tem como a premissa de funcionar como uma via expressa, sem nenhuma interferência semafórica. 

Para quem for acessar à região, a Alameda Leopoldo de Bulhões terá acesso à direita para a Jamel Cecílio ou à esquerda para o Setor Sul. Assim, o motorista poderá fazer o contorno e seguir ou retornar à própria Alameda. O projeto prevê que o trânsito flua em todas as direções, sem interferência de semáforos, beneficiando consequentemente os interessados em acessar as regiões do Parque Flamboyant, Alphaville, Portal do Sol, Alto da Glória e Jardim Goiás.

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