Pensando em 2024, Rogério Cruz deve ficar mais neutro em 2022

Prefeito de Goiânia com certeza estará no palanque do Republicanos, mas tende a evitar críticas ao governador Ronaldo Caiado

Postado em: 19-10-2021 às 08h53
Por: Marcelo Mariano
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Prefeito de Goiânia com certeza estará no palanque do Republicanos, mas tende a evitar críticas ao governador Ronaldo Caiado | Foto: Reprodução

Para as eleições de 2022, o Republicanos, em Goiás, tem um grande objetivo: a candidatura do deputado federal e presidente estadual do partido, João Campos, ao Senado.

Há, ainda, outros objetivos importantes, como manter uma cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília, provavelmente por meio do deputado estadual Jeferson Rodrigues, que deve aproveitar a base de João Campos, além de eleger uma bancada forte na Assembleia Legislativa, de pelo menos três parlamentares.

Publicamente, João Campos diz que mantém diálogo com todos os pré-candidatos a governador de olho na vaga para o Senado na chapa majoritária. Como ainda faltam muitos meses para a definição das alianças, essa é uma estratégia que faz sentido para ter portas abertas junto a diferentes forças políticas.

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Nos bastidores, contudo, o caminho de João Campos está cada vez mais direcionado para o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), que tem o Republicanos presente em sua equipe de secretários.

A cúpula nacional do partido tende a liberar os diretórios estaduais para costurar os acordos que acharem mais convenientes. Em Goiás, Mendanha deve ser o principal candidato de oposição ao governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil), e é aí que entra em cena o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz.

Apesar de comandar a maior cidade do estado, o prefeito de Goiânia ainda tem um peso menor no Republicanos do que João Campos, cujo grupo, ligado especialmente aos setores religioso e de segurança pública, é mais estruturado.

Relativamente novo no cenário da política goiana, Cruz foi vereador na capital por dois mandatos até ser eleito vice-prefeito na chapa de Maguito Vilela (MDB), em 2020.

Após a morte de Maguito em decorrência de complicações da Covid-19, o vice virou prefeito e, agora, com a caneta da Prefeitura de Goiânia cheia de tinta em suas mãos, ele tem mais condições de montar o seu próprio grupo, mas esse é um processo que não acontece do dia para a noite porque a confiança de auxiliares é conquistada ao longo do tempo.

No entanto, a aproximação entre Republicanos e Mendanha já tem gerado incômodo em aliados mais fiéis de Cruz, que enxergam em Caiado uma importância maior e até mesmo uma aposta mais segura. O mesmo se aplica a alguns prefeitos do partido no interior.

O próprio prefeito de Goiânia já tem demonstrado pouca disposição em criticar Caiado, mesmo que o Republicanos esteja na chapa de oposição. O cálculo de Cruz, afinal, não mira 2022, e sim em 2024.

No ano que vem, ele com certeza estará no palanque de João Campos, um aliado de primeira hora. Porém, na disputa para governador, deve assumir uma postura mais neutra. É possível que faça elogios a Mendanha, com quem tem uma boa relação, mas críticas a Caiado dificilmente estarão presentes em seus discursos.

O objetivo de Cruz é ser reeleito em 2024. Até lá, quer deixar sua marca pessoal na gestão. Em obras, por exemplo. Para isso, precisa estar em sintonia com o governador. Se não em termos de aliança política, pelo menos do ponto de vista administrativo.

Em relação a Caiado, a única resistência do prefeito de Goiânia é com quem o governador escolheu para ser seu candidato a vice, Daniel Vilela (MDB), pois ambos estão rompidos desde o início de abril deste ano, época da debandada emedebista do Paço Municipal. Mas, na política, alianças mudam do dia para noite, e 2024 ainda está longe. (Especial para O Hoje)

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