“Clamor de justiça não será ignorado”, afirma Cármen Lúcia

A declaração da ministra foi feita durante discurso de encerramento dos trabalhos do primeiro semestre

Postado em: 01-07-2017 às 07h00
Por: Sheyla Sousa
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A declaração da ministra foi feita durante discurso de encerramento dos trabalhos do primeiro semestre

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, disse nesta sexta-feira (30) que o clamor da sociedade brasileira por justiça não será ignorado pela Corte. A declaração da ministra foi feita durante discurso de encerramento dos trabalhos do primeiro semestre, marcado pela homologação das delações das empresas Odebrecht e JBS e pela morte do antigo relator da Operação Lava Jato, ministro Teori Zavascki.

“O clamor por justiça que hoje se ouve em todos os cantos do país não será ignorado em qualquer decisão desta Corte. Não seremos ausentes aos que de nós esperam a atuação rigorosa para manter sua esperança de justiça. Não seremos avaros em nossa ação para garantir a efetividade da justiça”, disse a ministra.

A partir desta sexta-feira (30), os ministros entram em recesso de 30 dias, e os trabalhos serão retomados na primeira semana de agosto. Durante o período de recesso, Cármen Lúcia será responsável pelo plantão de decisões.

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Eventuais recursos de presos a partir das delações da JBS e sobre a tramitação da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados serão julgados por Cármen

Defesa da Lava Jato

Ainda nesta sexta o procurador da República do Ministério Público Federal no Paraná Deltan Dallagnol, coordenador da operação Lava Jato, reafirmou que a sociedade precisa continuar mobilizada em defesa da operação.

De acordo com Deltan Dallagnol, não é preciso apenas “retirar as maçãs podres do cesto”, mas modificar a forma de se fazer política e acabar com a impunidade, que, na visão dele, motiva empresários e agentes públicos a apostarem nos crimes de corrupção.

“Temos que mudar as condições de temperatura, pressão e umidade que fazem as maçãs apodrecerem”, ressaltou.

Para o procurador, somente a pressão da sociedade fará com que os políticos aprovem medidas que permitam o combate à corrupção. Disse, no entanto, que caso isso não ocorra, é preciso que a população escolha novos representantes. “Se quem está lá não vai mudar, temos que mudar quem está lá”, disse, acrescentando que as pessoas não devem se deixar levar pelo cinismo e pela desesperança.

Dallagnol disse que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmando as delações da JBS, deu mais segurança para que grandes operações de combate à corrupção ocorram. Na opinião do procurador, quanto mais segurança e previsibilidade os acordos de delação tiverem, mais interessados os investigados estarão em assiná-los.

Ao comentar a indicação da procuradora da República Raquel Dodge para suceder Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República, disse que o presidente Michel Temer respeitou a lista tríplice dos mais votados por procuradores de todo o país, “o que preserva o ethos da instituição. Dallagnol acrescentou que Raquel Dodge tem a confiança de grande parte dos procuradores.

Deltan Dallagnol fez palestra nesta sexta-feira (30) no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, durante a reunião do Fórum Permanente de Segurança Pública e Execução Penal da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro.

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