Vecci critica demora na conclusão da Norte-Sul

Deputado goiano lamenta a demora na finalização da ferrovia, essencial para o escoamento da produção goiana aos portos de Itaqui (MA) e Santos (SP)

Postado em: 04-07-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Deputado goiano lamenta a demora na finalização da ferrovia, essencial para o escoamento da produção goiana aos portos de Itaqui (MA) e Santos (SP)

A demora na finalização da construção da Ferrovia Norte-Sul, cujas obras se arrastam por 30 anos, é motivo de críticas ferrenhas do segmento produtivo e de lideranças políticas da região Centro-Oeste. Na semana passada, por exemplo, o deputado federal, presidente do diretório estadual e vice-presidente nacional do PSDB, Giuseppe Vecci, não se furtou a reconhecer o que vem sendo amplamente denunciado ao longo do tempo pela imprensa que, apesar do longo tempo, a obra está longe de sua conclusão.

“Desde o primeiro momento acreditei que a ferrovia poderia ser um caminho novo para o escoamento da produção agrícola brasileira. É com pesar e tristeza ver que, mesmo depois de 30 anos, a Norte-Sul não está pronta ainda”, contestou Vecci. O deputado federal também esboçou preocupação com o modelo de concessão da ferrovia. “Certamente não vai criar condições para que outras empresas, que não seja a que venha a ganhar a concessão, possa fazer o transporte de cargas”, argumenta.

Em seu pronunciamento, Vecci citou o jornalista Jânio de Freitas, que há mais de 30 anos afirmou que a ferrovia não seria mais do que um “elefante branco”. “Ele disse à época que a Norte-Sul levaria nada a lugar nenhum. Hoje, eu sou obrigado a concordar com ele”, concluiu Vecci. O parlamentar reforçou a importância da ferrovia para escoamento da produção agrícola brasileira, ligando regiões produtoras a polos como o Pará e São Paulo, o que torna urgente a sua conclusão. 

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Caso estivesse pronta, produtores de grãos e de etanol em grande parte do Brasil Central poderão escolher entre o escoamento pelos portos de Itaqui (MA) ou de Santos (SP), usando a malha existente. O custo do frete seria 40% em relação ao transporte rodoviário, realizado por meio de caminhões.

Idealizada pelo ex-presidente José Sarney em 1987, a ferrovia nasceu com o objetivo de integração entre as regiões Norte e Sul, passando pelo Centro-Oeste. O trecho pioneiro Açailândia (MA) – Porto Franco (MA), todavia, só foi inaugurado em 1996, já no governo Fernando Henrique Cardoso. Desde o primeiro momento, a Norte-Sul é permeada por escândalos de corrupção, trâmites burocráticos. A ferrovia já consumiu mais de R$ 12 bilhões em recursos públicos.

Em junho de 2016, foi deflagrada a operação “Tabela Periódica”, batizada em referência ao nome que alguns dos próprios investigados deram a uma planilha de controle em que desenhavam o mapa do cartel. A investigação apontava prejuízos aos cofres públicos de R$ 631,5 milhões, considerando somente trechos executados na Norte-Sul, em Goiás.

O esquema de corrupção teria sido liderado, segundo investigações, por José Francisco das Neves, ex-presidente da Valec. Juquinha, como é conhecido, foi preso em 2012 pela primeira vez e novamente preso no mês passado. Enquanto comandou a empresa, o patrimônio de Juquinha saltou de R$ 500 mil para R$ 60 milhões. 

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