Alianças para 2022 expõem racha no Republicanos em Goiás
O Republicanos, em Goiás, corre contra o tempo para resolver discordâncias internas até a definição sobre as chapas das eleições do ano
Por: Marcelo Mariano
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O Republicanos, em Goiás, corre contra o tempo para resolver discordâncias internas até a definição sobre as chapas das eleições do ano que vem.
Do ponto de vista eleitoral, o partido tem um objetivo principal: ter o deputado federal e presidente da legenda no estado, João Campos, como candidato a senador.
Publicamente, o parlamentar, por meio de sua assessoria de imprensa, alega que segue conversando com todos os pré-candidatos a governador, mas, nos bastidores, é sabido que ele está mais próximo do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido).
João Campos e Mendanha têm uma afinidade natural por serem da mesma igreja, a Assembleia de Deus. Além disso, Jhonatan Medeiros, sobrinho do deputado federal e um aliado de primeira hora, é secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação em Aparecida de Goiânia.
Para João Campos, uma aliança com Mendanha também faz sentido com base nas movimentações de outros pré-candidatos a senador.
Há pelo menos três senadoriáveis à frente do presidente estadual do Republicanos na briga pela vaga de senador na chapa do governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil): o deputado federal Delegado Waldir (PSL/União Brasil), o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (PSD) e o ex-ministro das Cidades Alexandre Baldy (Progressistas).
Logo, o caminho mais natural de João Campos seria mesmo o de caminhar ao lado de Mendanha. O problema é que nem todo mundo no partido pensa assim.
A começar pelo prefeito de Goiânia, Rogério Cruz. Como não disputará mandato em 2022, ele está mais preocupado com sua reeleição em 2024 e quer contar com o apoio de Caiado, que considera ser o candidato favorito nas eleições de 2022.
Em uma eventual queda de braço entre João Campos e Cruz, o primeiro é quem tem mais força. A questão é que também há prefeitos do Republicanos no interior que preferem Caiado e, mais importante do que isso, o presidente do partido no Distrito Federal, Wanderley Tavares.
Wanderley, assim como o prefeito de Goiânia, considera Caiado “uma aposta mais segura”, nas palavras de uma pessoa de Brasília próxima a ele. O presidente do Republicanos no DF, segundo essa fonte, estaria de olho em contratos publicitários da gestão estadual devido à ligação do partido com veículos de comunicação.
De acordo com um emedebista que foi secretário municipal no início do mandato de Cruz, antes do rompimento entre Republicanos e MDB, “Wanderley tem influência não só na Prefeitura de Goiânia, mas também nas alianças que o partido fará em 2022”.
Portanto, em uma eventual queda de braço entre João Campos e Wanderley, dessa vez quem leva a pior é o deputado federal, que chegou ao partido só em 2016 e, vale lembrar, não é da Universal, a igreja mais ligada ao Republicanos.
Em razão do rompimento na prefeitura de Goiânia em abril deste ano, a única possível barreira para a aliança entre Republicanos e Caiado seria a presença do presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, como candidato a vice na chapa caiadista.
Nesse caso, o partido poderia adotar a postura do presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (de saída do PSB), que, durante uma entrevista à rádio Morada do Sol, de Rio Verde, afirmou que apoiará Caiado, mas não quer “relacionamento político” com Daniel.
Da parte do emedebista, como mostrado pelo jornal O Hoje na edição de 23 de setembro, a presença do Republicanos na chapa não seria um empecilho. “Não é uma decisão que compete a mim”, disse Daniel, deixando as portas abertas para uma reaproximação, caso Caiado tenha interesse. “As decisões de coligações são pertinentes ao candidato a governador.” (Especial para O Hoje)