Câmara aprova remanejamento de 21% do orçamento para 2018

Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada ontem prevê receitas de R$ 4,6 bilhões; Paço poderá usar quase R$ 1 bi livremente

Postado em: 07-07-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada ontem prevê receitas de R$ 4,6 bilhões; Paço poderá usar quase R$ 1 bi livremente

Mardem Costa Jr.

Em uma reunião tensa, com trocas de acusação e nervos à flor da pele, a Comissão Mista da Câmara Municipal de Goiânia aprovou ontem voto em separado de Clécio Alves (PMDB) à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) da capital para 2018, apoiado por 12 dos 16 membros da comissão. A redação vitoriosa permite ao Executivo remanejar até 21% do orçamento para 2018, com receita prevista de R$ 4,6 bilhões – aproximadamente R$ 1 bilhão. A matéria será votada em plenário na próxima terça-feira (11) e depois em última votação na quinta (13).

O percentual proposto por Alves, um meio-termo entre os 30% defendidos pela gestão Iris Rezende e os 5% propostos pelo relator da LDO na comissão, Gustavo Cruvinel (PV). Depois de ver o ponto de ser rejeitado pelos colegas, Cruvinel rechaçou o discurso do Paço e de Clécio de engessamento das finanças municipais. “O objetivo não é esse, mas assim obter austeridade e valorizar nossa função de fiscalizador do Executivo”, diz.

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Ao O HOJE, Clécio negou que algum membro do staff irista tenta atuado para garantir a aprovação do voto em separado. “Tomei a decisão [de apresentar o voto] sem orientação do prefeito, secretário ou quem quer que seja. Conversei com os vereadores

Apesar da derrota do relatório do parlamentar verde, o presidente da Comissão Mista, Lucas Kitão (PSL), demonstrou solidariedade ao colega. “Tivemos desgaste nesse processo, o Legislativo reforçou o desrespeito que o prefeito tem para com essa Casa, mas também grande aprendizado”, afirmou adicionando que a minoria perdia com honra.  Após aprovada a LDO o plenário entrará em recesso regimental.

Os vereadores goianienses, tal qual os deputados estaduais, propuseram na LDO a previsão orçamentária de emendas impositivas de 1,2% do orçamento para cada vereador, o que equivale a R$ 1,2 milhão. Para Kitão, o Executivo municipal tem obrigação de atender os pleitos dos legisladores.

A reportagem de O HOJE apurou nos bastidores que o ex-deputado Samuel Belchior voltou a articular em nome do Paço Municipal junto aos vereadores para a aprovação da LDO e de outras matérias de interesse da gestão Iris Rezende. 

Belchior é cotado para assumir a vaga de Samuel Almeida na Secretaria de Governo. Almeida, ex-presidente da Assembleia Legislativa goiana, é rejeitado enfaticamente pelos vereadores, tanto governistas quanto oposicionistas.

A nomeação de um líder do prefeito na Câmara deve ficar para agosto, de acordo com informações do staff irista. Pelo menos três vereadores despontam entre os favoritos para assumir o posto – Clécio Alves, Paulinho Graus (PDT) e Wellington Peixoto (PMDB).

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