Articulação nacional desafia Mendanha na busca por um partido
Sem pressa para definir seu destino, prefeito de Aparecida de Goiânia acompanha com atenção as movimentações de Podemos e PL
Por: Marcelo Mariano
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), tem, no momento, duas principais opções de legenda para se filiar: Podemos e PL, como o jornal O Hoje mostrou recentemente.
Já foram feitos convites de outros partidos, como o PTC, mas esses dois são os que mais brilham os olhos de Mendanha, que, de acordo com pessoas próximas a ele, não está com pressa para definir seu novo destino.
A tendência é que o prefeito de Aparecida de Goiânia bata o martelo só no ano que vem. O prazo final é abril, época da janela partidária para quem tem o objetivo de concorrer nas eleições de 2022, o que é o caso de Mendanha, pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas em oposição ao governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil).
Publicamente, ele ainda não admite a candidatura, mas já tem até pesquisas internas que o animam e, nos bastidores, é dado como certo que seu nome estará nas urnas. Resta saber por qual partido.
Mendanha deixou o MDB no final de setembro, após anúncio da aliança que definiu o presidente estadual do partido, Daniel Vilela, como candidato a vice na chapa por meio da qual Caiado tentará a reeleição no ano que vem.
Desde então, o prefeito de Aparecida de Goiânia tem analisado com cautela as suas opções. Naquela época, porém, o cenário da política nacional parecia ter pouco peso. Agora, ele pode ser determinante, pois tanto Podemos quanto o PL devem ter candidatos a presidente.
Hoje sem partido, Jair Bolsonaro precisa de uma legenda para buscar a reeleição. Segundo suas próprias palavras, está 99% fechado com o PL, o que também é confirmado pelo presidente nacional do partido, o ex-deputado federal Valdemar da Costa Neto, condenado no escândalo do mensalão em 2012.
Em Goiás, Mendanha tem o apoio declarado da deputada federal Magda Mofatto, o principal nome do PL em Goiás e uma defensora de primeira hora de Bolsonaro.
Em relação ao Podemos, este é o partido ao qual se filiou Sergio Moro, ex-juiz responsável por julgar em primeira instância os casos da Lava Jato em Curitiba e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro, para tentar tirar da Presidência o seu ex-chefe.
Para Mendanha, a situação do Podemos goiano, contudo, não é tão simples como a do PL. Presidente estadual do partido, o deputado federal José Nelto ainda apoia Caiado, apesar de estar insatisfeito com Daniel na vice.
Por outro lado, o prefeito de Aparecida de Goiânia conta com a articulação de seu secretário municipal de Relações Institucionais e presidente do diretório regional do Podemos, Felipe Cortez, que tem influência junto à executiva nacional.
Diante desses cenários do PL e do Podemos, Mendanha, que acompanha com atenção as movimentações dos dois partidos, terá que rever sua posição sobre a política nacional.
Isso porque o prefeito de Aparecida de Goiânia tem mostrado mais disposição em apoiar um candidato a presidente considerado de centro, sendo que Bolsonaro e Moro são claramente de direita.
E, dependendo do rumo que seguir, Mendanha pode perder o apoio do PSB do deputado federal Elias Vaz, que não aceitaria caminhar ao lado do prefeito de Aparecida de Goiânia caso ele esteja no mesmo palanque de Bolsonaro.
A decisão de Mendanha, dessa forma, tende a levar em consideração não só as articulações regionais, mas também as nacionais. Vale lembrar que, até abril, alguns cenários podem mudar, inclusive aparecer um novo partido para ele se filiar. (Especial para O Hoje)
