TSE determina que PSDB explique em até 10 dias a realização das prévias eleitorais

O ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que o PSDB explique em até 10 dias a realização das prévias eleitorais que visam escolher o pré-candidato do partido à presidência nas eleições de 2022. A decisão aconteceu nesta quarta-feira (24/11) devido a um mandado de segurança apresentado por Gustavo Futagami da Silva, advogado e eleitor filiado ao PSDB.

Segundo Futagami, a instabilidade no aplicativo da legenda fere o direito líquido e certo do filiado de escolher o próximo presidenciável do PSDB. Além disso, Benedito Gonçalves decidiu colher a manifestação do partido antes de julgar a procedência do mandado de segurança impetrado.

Após uma falha no aplicativo que impediu a votação de filiados do partido no nome de preferência, no último domingo (21/11), a votação foi paralisada. A disputa entre as prévias do partido está entre o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, o governador de São Paulo, João Doria, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

“Considerando a repercussão do tema e, ainda, as notas veiculadas no sítio eletrônico do Partido da Social Democracia Brasileira desde a data de ontem (23/11) noticiando a suspensão das prévias partidárias até que solucionadas as intercorrências tecnológicas quanto ao processo de votação, entendo prudente que o exame do pedido liminar ocorra após a legenda prestar as informações cabíveis”, afirmou o relator.

Fontes da cúpula do PSDB ouvidas por Basília Rodrigues, analista de política da CNN, disseram que o partido dará uma justificativa dentro do prazo determinado pela justiça, que é de 10 dias. “O Ministro está perguntando para o PSDB o que aconteceu, uma resposta que o próprio partido ainda não tem, já que a fundação responsável pelo desenvolvimento do aplicativo ainda não sabe o que deu errado”.

O PSDB afirmou nesta quarta-feira que realizou testes ao longo da madrugada com um novo aplicativo contratado pelo partido, entretanto os resultados não foram satisfatórios. “O PSDB e campanhas já programam testes com novas empresas. Outras entidades também já estão sendo contatadas”, disse o comunicado.

O presidente do PSDB, Bruno Araújo, ao ser questionado sobre o modelo adotado pelo partido para definir um candidato, ressaltou que o processo é inovador, mas que foram “vítimas da tecnologia”. “Tomamos uma medida que foi moderna, foi inovadora. Podíamos ter feito um modelo que podia gerar um nível de participação bem menor, estamos aprendendo com o processo, porque o processo é inovador. Nós fomos vítimas da tecnologia”.

Além disso, por meio de nota à imprensa, o PSDB informou que solicitará “nota técnica à Fundação de Apoio à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs) sobre as informações pedidas”.