Suplência de Meirelles deve ser uma das vagas mais cobiçadas

Pré-candidato ao Senado pelo PSD busca espaço na chapa de Ronaldo Caiado, mas não descarta Gustavo Mendanha

Postado em: 04-12-2021 às 12h19
Por: Marcelo Mariano
Imagem Ilustrando a Notícia: Suplência de Meirelles deve ser uma das vagas mais cobiçadas
Pré-candidato ao Senado pelo PSD busca espaço na chapa de Ronaldo Caiado, mas não descarta Gustavo Mendanha | Foto: Reprodução

Ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), que, atualmente, ainda é secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo, agora concentra seus esforços na pré-candidatura ao Senado por Goiás.

Porém, Meirelles enfrenta uma desconfiança de parte considerável do eleitorado goiano e de políticos do estado: a possibilidade de, mesmo se eleito senador, renunciar ao cargo para assumir alguma outra função, principalmente no governo federal.

Trata-se de uma desconfiança até certo ponto natural. Afinal, Meirelles tem prestígio devido ao seu conhecimento técnico e, além disso, possui bom trânsito entre representantes de ideologias diferentes.

Continua após a publicidade

Não é à toa que já houve rumores, hoje praticamente descartados, de que ele poderia ser vice na chapa do ex-presidente Lula (PT), que o indicou para comandar o Banco Central após as eleições de 2002. Ainda há quem acredite que o senadoriável goiano possa receber um novo convite para participar de um eventual governo petista.

Nos últimos dias, uma outra questão ficou em destaque. Governador de São Paulo e pré-candidato a presidente pelo PSDB, João Doria disse que gostaria de contar com Meirelles na elaboração de seu plano de governo.

O ex-ministro da Fazenda, contudo, logo fez questão de se afastar da campanha tucana ao Palácio do Planalto, temendo que o assunto pudesse, mais uma vez, aumentar as desconfianças sobre seu compromisso em cumprir o mandato de senador que disputará em 2022.

Apesar disso, existe um sentimento cada vez mais crescente de que Meirelles dificilmente fique oito anos no Senado. Ser disputado a nível nacional por políticos de diferentes partidos é apenas um dos motivos, mas há outro que também pode pesar.

Como presidente do Banco Central e ministro da Fazenda, Meirelles tinha um enorme poder de decisão, com condições de realmente mudar os rumos do país e obter resultados mais concretos.

No entanto, como senador, esse poder é reduzido consideravelmente. Embora Meirelles argumente que o Senado possa ter um papel de protagonista, lá ele seria um entre 81 senadores.

Pensando friamente, Meirelles, com uma carreira bem-sucedida no mercado financeiro, não precisa da política. O que move pessoas com esse perfil é ter mais poder. E, sem dúvidas, um cargo legislativo tem menos influência do que um executivo.

Soma-se a isso o fato de que, nas pesquisas internas, o pré-candidato a senador do PSD aparece sempre nas primeiras posições, frequentemente disputando a liderança com o deputado federal Delegado Waldir (PSL/União Brasil).

Assim como Meirelles, Delegado Waldir busca espaço na chapa do governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil), mas o ex-presidente do Banco Central não fechou as portas para o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido).

Em 2022, vale lembrar, será eleito apenas um senador, diferentemente das últimas eleições. Entretanto, o número de pré-candidatos é grande. Há pelo menos seis. O problema, já que não é possível concorrer ao Senado de forma independente, é que talvez não tenha a mesma quantidade de chapas e, por isso, alguns nomes terão que desistir.

Diante desse cenário, a suplência de Meirelles, visando a composição de alianças partidárias, tende a ser uma das vagas mais cobiçadas no ano que vem. Ele está bem nas pesquisas, pode não cumprir todos os oito anos do mandato e, por fim, não precisa de um suplente com muitos recursos financeiros para investir na campanha. (Especial para O Hoje)

Veja Também