Temer admite estudos sobre aumento da alíquota do Imposto de Renda

Presidente também elogiou as reformas já feitas em sua administração e as que ainda estão em andamento

Postado em: 08-08-2017 às 16h35
Por: Lucas de Godoi
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Presidente também elogiou as reformas já feitas em sua administração e as que ainda estão em andamento

O presidente Michel Temer (PMDB) admitiu hoje (8), em
entrevista em São Paulo, que existem estudos sobre o aumento da alíquota do
Imposto de Renda, mas disse que não há nada decidido. “Há estudos, os mais
variados estudos, estudos que se fazem rotineiramente. A todo o momento a
Fazenda, o Planejamento, os setores da economia, fazem esses estudos. E este é
um dos estudos que está sendo feito, mas nada decidido”, disse Temer após
participar da abertura do 27º Congresso Fenabrave (Federação Nacional da
Distribuição de Veículos Automotores).

Temer falou também sobre a possibilidade de adoção do
parlamentarismo como sistema de governo em 2018. Ao dizer que tem muita
simpatia pelo sistema, Temer argumentou que o Brasil já está fazendo “quase um
pré-exercício de parlamentarismo”. Segundo o presidente, o Poder Legislativo
era visto como um apêndice do Poder Executivo e, em seu governo, os dois
trabalham juntos.

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Temer ainda disse que “não é improvável que este exemplo que
estamos dando possa em breve tempo se converter em um sistema
semipresidencialista ou semiparlamentarista. Há de ser um sistema
parlamentarista do tipo português ou francês, em que também o presidente da
República, sobre ser eleito diretamente, ainda tem uma presença muito ativa no
espectro governativo. Se [o parlamentarismo] puder vir em 2018, seria ótimo,
mas, se não vier, quem sabe prepara-se para 2022”.

Em discurso na abertura do congresso, o presidente elogiou as
reformas já feitas em sua administração e as que ainda estão em andamento. Ele
afirmou que faz um governo reformista, que busca colocar o País nos trilhos.
“Este é um governo reformista, que busca colocar os trilhos no lugar para que
quem chegar em 2018 possa apanhar a locomotiva e caminhar com naturalidade”.

Temer lembrou que, quando chegou ao governo, o País
registrava inflação de quase 10% e que atualmente o índice está em 3%. “A taxa
Selic, que estava em 14,25%, hoje está em 9,25% devendo chegar a 7,5% no final
deste ano. Isso exigirá que a taxa de juros real também caia e isso vai
significar possibilidade de crédito mais aberto”, disse.

O presidente destacou também que fazer a reforma da
Previdência é prever o futuro e garantir a aposentadoria em um país
como o Brasil, no qual o déficit previdenciário foi de R$ 184 bilhões este ano e
que deve chegar a R$ 205 bilhões no ano que vem, caso nada seja feito. “Se não
fizermos nada, será dificílimo enfrentar os próximos anos. Pois só haverá
recursos para pagar o funcionalismo público e a Previdência”.

Ele lembrou ainda que, no início do governo, não foi fácil
propor o teto para os gastos públicos, que significa cortar na própria carne.
“Muitos chamaram isso de PEC [proposta de emenda à Constituição] da Morte, que
iria acabar com a educação e a saúde. Passou o tempo e construímos o orçamento
pautados pela PEC da Morte e aumentamos a verba para R$10 milhões para cada
área”. Quanto à reforma do ensino médio, Temer ressaltou que a proposta foi
feita com base em trechos de vários projetos de lei propostos no Congresso
Nacional. “Houve oposição e crítica, mas foi aprovada por mais de 95% de todos
os setores”.

Temer disse também que foi positiva a reforma trabalhista.
Ele ressaltou que a modernização da legislação foi obtida com diálogo aberto
entre governo, empresários e centrais sindicais. Segundo o presidente, ao longo
dos últimos 14 meses, seu governo tem prestigiado a iniciativa privada com a
convicção de que o combate ao desemprego ocorre pelo estímulo à atividade do
setor privado.

“Uma das tarefas é tentar mudar a cultura do Brasil dizendo
que há desemprego, mas não querer que haja produção. Se você não incentivar a
indústria, o setor de serviços, o agronegócio, como se criará emprego? É
preciso incentivar a atividade conjugada de todos os setores da iniciativa
privada”. Ele ressaltou ainda que o estado não pode prosperar se não transferir
várias de suas atividades para a iniciativa privada. “É o que estamos fazendo.
Estamos modernizando o país,” afirmou o presidente. 

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