Com Tebet candidata, chapa de Caiado assume de vez a 3ª via

Presidente do MDB em Goiás e pré-candidato a vice-governador, Daniel Vilela esteve no evento que lançou a candidatura a presidente da senadora emedebista

Postado em: 09-12-2021 às 08h41
Por: Marcelo Mariano
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Presidente do MDB em Goiás e pré-candidato a vice-governador, Daniel Vilela esteve no evento que lançou a candidatura a presidente da senadora emedebista | Foto: Reprodução

O MDB oficializou a pré-candidatura a presidente da senadora Simone Tebet, durante evento realizado em Brasília, nesta quarta-feira (8). Aos 51 anos, ela já foi deputada estadual, prefeita de Três Lagoas e vice-governadora do Mato Grosso do Sul, estado com pouco peso eleitoral, mas com forte ligação ao importante setor do agronegócio.

Com Tebet, que ganhou notoriedade a partir de sua atuação na CPI da Pandemia, agora já são 12 nomes que seguem com interesse na corrida pela sucessão presidencial de 2022. De todos eles, a senadora emedebista é a única mulher.

“Essa missão tem clamor da urgência”, disse Tebet em seu discurso. “A urgência porque o nosso povo, o povo brasileiro, está morrendo de fome depois de centenas de milhares de brasileiros terem morrido por uma saúde omissa, insensível e negacionista.”

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A senadora do MDB tenta se viabilizar como mais uma aposta da chamada terceira via, ou seja, aqueles que rechaçam tanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto o ex-presidente Lula (PT).

Tebet terá o desafio, ainda, de livrar o MDB do papel de coadjuvante nas eleições para presidente. Quando teve candidato próprio, o partido nunca conseguiu romper a barreira de 5% dos votos , nem mesmo com Ulysses Guimarães, em 1989, Orestes Quércia, em 1994, e Henrique Meirelles, em 2018.

Além disso, o MDB é considerado por muitos como uma sigla de influência nos bastidores. Em outras palavras, tem mais condições de indicar um candidato a vice do que para a cabeça de chapa.

Não é à toa que o presidenciável do PSDB e governador de São Paulo, João Doria, demonstrou interesse em iniciar conversas com Tebet. O tucano já até prometeu que sua vice será uma mulher.

Há quem aposte que, no fundo, o lançamento da pré-candidatura de Tebet é justamente para colocar o MDB na mesa de negociações. Ela estaria muito mais propensa em tentar a reeleição ao Senado do que se arriscar na disputa ao Palácio do Planalto.

Goiás

O pré-candidato a vice-governador e presidente do MDB em Goiás, Daniel Vilela, esteve presente no evento de Tebet em Brasília, assim como a presidente estadual do MDB Mulher, Cleuza Assunção.

Em nota enviada à reportagem do jornal O Hoje por meio de sua assessoria de imprensa, Daniel afirma que Tebet “personifica uma série de atributos imprescindíveis para a função, como equilíbrio, ética, preparo, capacidade de diálogo e muita coragem”.

“Precisamos de alguém assim liderando o nosso país”, frisa o presidente estadual do MDB. “Tebet representa a história e a força que os emedebistas têm para lutar por igualdade de oportunidades, sem radicalismo político e fundamentada em pilares sólidos de governança pública.”

Daniel, vale lembrar, tende a concorrer a vice na chapa do governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil), embora haja algumas resistências na base governista, como o senador Vanderlan Cardoso (PSD) e o presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), Renato de Castro, que sugerem o nome de Ana Paula Rezende, filha do ex-governador e ex-prefeito Iris Rezende, morto recentemente.

Uma vez confirmada a indicação de Daniel como vice, a chapa caiadista assume de vez o discurso de terceira via. Apesar de aliados no início de seus mandatos, Caiado e Bolsonaro se distanciaram a partir do momento em que tomaram posições diferentes no contexto da pandemia de Covid-19.

Partido de Caiado, a União Brasil, resultado da fusão entre DEM e PSL, desistiu da candidatura a presidente do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e está cada vez mais perto de apoiar o ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (Podemos).

Com Daniel apoiando Tebet, e o governador provavelmente caminhando ao lado de Moro, um candidato a senador que declare voto em Bolsonaro, que quer lançar o deputado federal Vitor Hugo (de saída do PSL e a caminho do PL) ao governo estadual, deve ter pouca chance de se viabilizar na chapa de Caiado. Esse é mais um ponto que joga a favor de Henrique Meirelles (PSD), que tem feito duras críticas à atuação do governo federal na área econômica. (Especial para O Hoje)

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