Maior desafio para 2022 será formar chapas de deputado

Novas regras eleitorais não permitem mais alianças com outros partidos

Postado em: 11-12-2021 às 08h58
Por: Marcelo Mariano
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Novas regras eleitorais não permitem mais alianças com outros partidos | Foto: Reprodução

A quatro meses da janela partidária, período em que as mudanças de partidos são permitidas, a principal preocupação das lideranças partidárias é a formação de chapas fortes para deputados estaduais e federais.

Isso porque as eleições de 2022 serão as primeiras para esses cargos em que estarão em vigor as novas regras eleitorais, válidas desde 2020 no caso do pleito para vereadores e que foram mantidas para o ano que vem.

Diferentemente das votações passadas, em que os partidos podiam fazer coligações com outras legendas, agora cada sigla terá que caminhar por conta própria nas disputas proporcionais, ou seja, de deputados estaduais e federais.

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Nas disputas majoritárias, como presidente, governador e senador, as coligações entre diferentes partidos seguem inalteradas. Tanto é que o governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil) já anunciou o presidente do MDB em Goiás, Daniel Vilela, como o candidato a vice em sua chapa.

As regras anteriores com frequência geravam uma situação incômoda não só entre os políticos, mas também entre os eleitores: a possibilidade de um candidato muito bem votado de um partido poder puxar com ele um candidato não tão bem votado de um outro partido.

Os chamados puxadores de votos continuarão existindo. Porém, agora, eles só poderão ajudar candidatos de seus próprios partidos, o que, segundo defensores dessa medida, faz com que haja um pouco mais de coerência partidária e, quem sabe, ideológica.

Na prática, isso significa que os líderes partidários estão, neste momento, em busca de atrativos para garantir a filiação de nomes considerados fortes, como o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSB).

Por falta de afinidade com o PSB, Lissauer procura um outro partido para se candidatar a deputado federal. As suas duas principais opções são PSD e Progressistas (PP). Qualquer um deles que conseguir o passe político do presidente da Alego certamente fará com que mais políticos se filiem, já que a chapa da legenda estará encorpada.

O próprio Lissauer tem dito que o partido ao qual se filiará dependerá das condições das chapas de cada um. Como dificilmente conseguirá se eleger com seus próprios votos, pois, de acordo com algumas estimativas, seriam necessários pelo menos 150 mil, ele também precisa pensar nesse fator.

Enquanto a janela não chega, quase toda liderança partidária diz que seu partido pretende eleger três deputados federais, justamente para vender a chapa como atrativa. Contudo, Goiás tem direito a 17 parlamentares na Câmara dos Deputados e, portanto, não haverá espaço para contemplar o desejo de todo mundo.

Além disso, convém lembrar que existe a possibilidade de todos os atuais 17 deputados federais tentarem a reeleição. Há nomes que são pré-candidatos a outros cargos, como o governadoriável Vitor Hugo (de saída do PSL e a caminho do PL) e o senadoriável Delegado Waldir (PSL/União Brasil), mas, dependendo das articulações, eles podem recuar.

Claro que em toda eleição há uma margem considerável de renovação da bancada. No entanto, quem já possui mandato larga na frente na comparação com os demais em virtude principalmente do peso das emendas parlamentares às quais têm direito.

Também é importante lembrar que mais políticos influentes devem ser candidatos a deputado federal, como o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e o ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot (Patriota), caso desistam de suas candidaturas ao governo estadual, tornando a disputa ainda mais acirrada.

Por fim, vale destacar que um cenário semelhante tende a ocorrer nas eleições para a Assembleia Legislativa, mas a Câmara dos Deputados chama mais a atenção porque o número de deputados federais que cada partido tem entra para o cálculo da distribuição dos recursos dos fundos partidário e eleitoral. (Especial para O Hoje)

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