Mendanha e Marconi buscam acordo para unir parte da oposição

Ex-governador e prefeito de Aparecida de Goiânia são pré-candidatos ao Palácio das Esmeraldas contra Ronaldo Caiado

Postado em: 20-12-2021 às 08h18
Por: Marcelo Mariano
Imagem Ilustrando a Notícia: Mendanha e Marconi buscam acordo para unir parte da oposição
Ex-governador e prefeito de Aparecida de Goiânia são pré-candidatos ao Palácio das Esmeraldas contra Ronaldo Caiado | Foto: Reprodução

O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), dois dos principais pré-candidatos ao Palácio das Esmeraldas contra o governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil), articulam um acordo com o objetivo de unir parte da oposição em Goiás.

A informação é de um tucano com conhecimento sobre o assunto. De acordo com ele, a ideia é evitar que Marconi e Mendanha lancem duas candidaturas separadas, ou seja, o que estiver com melhores condições nas pesquisas de intenção de voto seguirá na disputa, enquanto o outro recuará.

No caso de Marconi, o ex-governador tem demonstrado interesse em ser candidato a algum cargo majoritário. Se não concorrer ao governo estadual, portanto, seu plano B, apesar de alguns aliados preferirem que ele seja candidato a deputado federal, é tentar o Senado. Nesse cenário, não estaria descartado compor a chapa com Mendanha.

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Para o prefeito de Aparecida de Goiânia, figurinha carimbada na região metropolitana e pouco conhecida no interior, contar com Marconi em sua chapa, do ponto de vista eleitoral, seria interessante, já que o ex-governador ainda possui estrutura em diversas regiões do estado, como o entorno do Distrito Federal.

O que pesa negativamente em relação a uma eventual aliança com Marconi, além do desgaste acumulado pelo tucano, é o fato de que ele é um dos principais adversários do emedebismo em Goiás.

Mendanha, vale lembrar, deixou seu antigo partido justamente com o argumento de que não concordava com a aproximação entre Caiado e o presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, em razão de o governador estar historicamente em um campo oposto ao dos emedebistas.

Se o acordo entre Mendanha e Marconi vingar e primeiro estiver atrás do segundo nas pesquisas, a tendência é a de que o prefeito de Aparecida de Goiânia indique o vice do tucano e não dispute nada nas eleições de 2022 para seguir em seu cargo, o que lhe dá proteção contra possíveis operações policiais, que, na avaliação de seus aliados, podem vir a ocorrer a mando de adversários políticos à medida em que o pleito se aproxima.

Marconi e Mendanha, de fato, estão em sintonia, embora publicamente o assunto seja evitado. No entanto, quando viaja ao interior, o prefeito de Aparecida de Goiânia, que ainda está formando seu próprio grupo, tem contado com uma estrutura de peso do ex-governador.

Essa sintonia faz com que o acordo entre ambos tenha chances de se concretizar. Segundo a fonte da informação, as conversas, de fato, estão avançadas, e os dois lados expressam disposição em dialogar.

Ex-prefeito de Trindade e também pré-candidato a governador, Jânio Darrot (Patriota) tem tido dificuldades para decolar. Ele ainda não teria sido incluído oficialmente nas articulações. Contudo, por ter boa relação com Mendanha e uma relação razoável com Marconi, existe a expectativa de que possa entrar na jogada em breve. O plano B de Darrot, conforme uma pessoa próxima a ele, seria tentar uma vaga de deputado federal.

De qualquer forma, é pouco provável que a oposição tenha apenas uma candidatura. Isso porque há pelo menos mais dois nomes, de outros setores oposicionistas, que se apresentam como governadoriáveis.

Para comporem palanques nacionais, o ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) Wolmir Amado (PT) e o deputado federal Vitor Hugo (de saída do PSL) devem ser os candidatos em Goiás do ex-presidente Lula (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL), respectivamente.Por fim, não há como descartar o senador Vanderlan Cardoso (PSD). Ele afirma que não tem a intenção de ser candidato no ano que vem, mas pode ser o nome goiano do bolsonarismo na eventualidade de Vitor Hugo não viabilizar sua candidatura. (Especial para O Hoje)

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