72,4% do 1º escalão da Prefeitura de Goiânia teve troca em 2021

Apenas oito das 29 pastas mantêm seus titulares desde o início da gestão de Rogério Cruz, enquanto as outras 21 tiveram pelo menos uma mudança de comando.

Postado em: 22-12-2021 às 08h17
Por: Marcelo Mariano
Imagem Ilustrando a Notícia: 72,4% do 1º escalão da Prefeitura de Goiânia teve troca em 2021
Apenas oito das 29 pastas mantêm seus titulares desde o início da gestão de Rogério Cruz, enquanto as outras 21 tiveram pelo menos uma mudança de comando. | Foto: Reprodução/Internet

De todos os 29 cargos considerados de primeiro escalão na Prefeitura de Goiânia, entre secretarias, autarquias e institutos, 21 passaram por pelo menos uma troca em seus comandos durante o primeiro ano da gestão de Rogério Cruz (Republicanos), o que representa 72,4%.

Somente oito, ou 27,6%, encerram 2022 sem alterações: Secretaria de Saúde (SMS); Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social (Sedhs); Secretaria Políticas para as Mulheres (SMPM); Secretaria de Esportes (Smesp); Agência da Guarda Civil Metropolitana (GCM); Agência de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul); Agência de Regulação de Goiânia (AR); e Instituto de Previdência dos Servidores do Município (GoiâniaPrev).

Desses oito, quatro titulares são especulados como possíveis candidatos nas eleições do ano que vem e, se os rumores forem confirmados, devem deixar suas funções no máximo até abril: Zé Antônio (Sedhs); Tatiana Lemos (SMPM); Álvaro da Universo (Smesp); e Valdery Júnior (Agetul).

Continua após a publicidade

A grande maioria das mudanças (14) ocorreu no contexto da ruptura, em abril, entre Cruz e o presidente do MDB em Goiás, Daniel Vilela, filho de Maguito Vilela, prefeito eleito em 2020 e morto no início de janeiro devido a complicações da Covid-19.

No entanto, há casos de trocas antes mesmo da ruptura e que, na verdade, contribuíram para o agravamento da relação entre Cruz e Daniel, como as secretarias de Governo, Comunicação e Educação.

A ruptura, vale lembrar, teve como uma das principais justificativas a interferência externa do presidente do Republicanos no Distrito Federal, Wanderley Tavares, nos rumos da Prefeitura de Goiânia.

Aliás, o jornal O Hoje já mostrou, no final de outubro, que mais de um terço (35%) dos cargos de primeiro escalão são ocupados por pessoas de outros estados, muitos deles indicações diretas de Wanderley Tavares, como Arthur Bernardes (Governo) e André Martins (Inovação Ciência e Tecnologia).

Houve, ainda, alterações no comando de órgãos municipais realizadas depois da ruptura. São os casos do Programa de Defesa do Consumidor (Procon) e da Controladoria-Geral do Município (CGM), além das secretarias de Administração (Semad) e Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec).

A propósito, CGM, Semad e Sedec também foram atingidas na época do embate entre Cruz e Daniel. Portanto, tiveram duas mudanças em 2021, ou seja, encerram o ano com três pessoas diferentes que já sentaram nas suas respectivas cadeiras de titular.

A segunda troca na CGM ocorreu em virtude de uma minirreforma do primeiro escalão promovida pelo prefeito, enquanto Fabiano Bissoto, ex-titular da Semad, sofreu pressão de Wanderley Tavares e não conseguiu se manter no comando da secretaria. Ambos os episódios aconteceram em outubro.

No mês seguinte, a Sedec, por sua vez, viu Paulo Henrique da Farmácia dar lugar a Michel Magul. O agora ex-secretário, que voltou ao cargo de vereador, pediu para sair semanas depois de reportagens do jornal O Hoje revelarem supostos esquemas de rachadinha e funcionários fantasmas em seu gabinete na Câmara Municipal.

Por fim, convém destacar que houve inúmeros casos de secretários interinos, como na Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh), onde a situação durou mais de um mês. Porém, para esse levantamento, foram consideradas apenas mudanças em definitivo.

Nos bastidores, um comentário frequente, de acordo com um ex-secretário e um vereador, é o de que a grande quantidade de trocas no primeiro escalão geraram instabilidade na gestão municipal e, por isso, prejudicaram o trabalho de Cruz, que, até o momento, tem tido dificuldades para imprimir sua própria marca. (Especial para O Hoje)

ÓRGÃOS MUNICIPAIS QUE SOFRERAM ALTERAÇÕES DURANTE O ANO

Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma): Zilma Peixoto e Luan Alves

Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg): Aristóteles de Paula e Alex Gama

Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC): Murilo Ulhôa e Tarcísio Abreu

Controladoria-Geral do Município (CGM)*: Colemar Moura, Aline do Espírito Santo e Gustavo Cruvinel

Escritório de Prioridades Estratégicas (EPE): Zé Frederico e Fabio Cammarota

Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas): Adriano Valotto e Júnior Café

Procuradoria-Geral do Município (PGM): Antônio Flávio de Oliveira e Tatiana Accioly

Programa de Defesa do Consumidor (Procon): Gustavo Cruvinel e Carolina Alves

Secretaria de Administração (Semad)*: Marcela Araújo, Fabiano Bissoto e Eduardo Merlin

Secretaria de Comunicação (Secom): Bruno Rocha Lima e Marcos Teixeira

Secretaria de Cultura (Secult): Kleber Adorno e Zander Fábio

Secretaria de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec)*: Carlos Júnior, Paulo Henrique da Farmácia e Michel Magul

Secretaria de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas (SMDHPA): Filemon Pereira e Dra. Cristina Lopes

Secretaria de Educação (SME): Marcelo Costa e Wellington Bessa

Secretaria de Finanças (Sefin): Alessandro Melo e Geraldo Lourenço

Secretaria de Governo (Segov): Andrey Azeredo e Arthur Bernardes

Secretaria de Infraestrutura Urbana (Seinfra): Luiz Bittencourt e Fausto Sarmento

Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sictec): Célio Campos e André Martins

Secretaria de Mobilidade (SMM): Pedro Chaves e Horácio Mello

Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh): Agenor Mariano e Valfran de Sousa

Secretaria de Relações Institucionais (SRI): Euler Morais e Valéria Pettersen

*Sofreram duas alterações

Veja Também